Em carta aberta divulgada nesta segunda-feira (30/8), o PDT de Rio Grande da Serra desembarcou da base governista do prefeito Claudinho da Geladeira (PSDB). Com diversas críticas ao comportamento do chefe do Executivo, os pedetistas minaram ainda mais as forças do tucano no Legislativo. Agora a base aliada é formada por quatro dos 13 parlamentares.
A legenda informou que após “uma profunda reflexão e avaliação” sobre o comportamento de Claudinho, houve a decisão para deixar a base. “Dentre as discordâncias com o prefeito, destacamos suas forma arrogante e ditatorial de governar, manifestando total falta de respeito e desprezo pela população, agredindo verbalmente comerciantes, lideranças religiosas e classe política (Câmara Municipal)”.
“Claudinho frustrou não só o nosso povo, mas a todas as forças políticas que se aliaram ao seu projeto político, pois todos acreditavam que teríamos um governo democrático, participativo com a uma gestão de excelência que traria melhorias e crescimento à nossa cidade. Ao deixar a base de apoio do governo, o PDT reafirma seu compromisso histórico de continuar lutando pela democracia, justiça social e projeto de transformar Rio Grande da Serra numa cidade que dê à seu povo prazer e orgulho de nela viver”, concluiu.
Com a decisão o vereador Israel Mendonça deixou a base. Seguem como apoiadores de Claudinho os vereadores: Marcelo Akira e Elias Policial (ambos do Podemos); Zé Carlos (Cidadania); e Roberto Contador (Avante).
Quem também deixou o governo foi o ex-secretário-executivo de Política e Promoção Social Gilvan Mendonça. “Infelizmente não foi um governo democrático, um governo inclusivo de ouvir. Infelizmente o Claudinho não escuta nenhum grupo mais próximo e as políticas em que ele estava propondo, nós não concordávamos”, iniciou o ex-integrante do governo.
Gilvan considera que um dos principais erros do prefeito é a briga com o Legislativo pelo prédio em que trabalham os vereadores. O prefeito quer reativar no local o Centro Educacional que funcionava por lá até 2019. “A questão da Câmara eu acho que é uma briga pessoal, embora ele tenha falado na campanha (que pediria o prédio de volta), mas não há uma justificativa. Tem lá do lado uma EMEI (Escola Municipal de Ensino Infantil) que está obsoleto, poderia ser construído ali um novo Centro Educacional. Não há justificativa para que ele queira a Câmara”, seguiu.
O pedetista considera que outro ponto que está atrapalhando Claudinho é o seu comportamento com secretários, segundo Mendonça, em reuniões de secretários apenas o prefeito tinha o direito de falar. Questionado sobre a possibilidade de alguma consequência política ao chefe do Executivo como um impeachment, Gilvan considera que seja possível se houver elementos para isso. Gilvan Mendonça confirmou que o partido conversou com vários atores políticos da cidade, entre eles, a vice-prefeita Penha Fumagalli (PTB), que rompeu politicamente com o líder do Poder Executivo, e Carlos Augusto Cesar, o Cafu, líder do principal grupo político da cidade e que rompeu com Claudinho, assim desencadeando a crise política.