Os bastidores políticos de São Caetano seguem agitados com a incerteza sobre o futuro do comando do Palácio da Cerâmica. O debate do momento é sobre a possibilidade do prefeito interino Tite Campanella (Cidadania) ter legenda ou não para disputar o cargo em caso de eleição suplementar. Ao RDtv desta segunda-feira (16/8), o deputado federal Alex Manente (Cidadania) refutou qualquer possibilidade de Tite ficar de fora. Mas o parlamentar segue confiando que José Aurichcio Júnior (PSDB) assumirá o mandato pela quarta vez.
Manente considera que caso Tite não tenha legenda para uma disputa eleitoral, tal fato seria uma “incoerência” não apenas de seu partido, mas também dos vereadores que estão na base governista e elegeram o político como presidente da Câmara sabendo que o mesmo comandaria o Poder Executivo enquanto Auricchio tentasse resolver sua situação junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O parlamentar comentou a informação do jornal Diário do Grande ABC que trouxe a notícia de que o vereador e líder do Cidadania no município, Marcel Munhoz, poderia impedir uma possível candidatura de Tite, principalmente levando em conta as últimas movimentações do legislador em demonstrar fidelidade a Auricchio.
“O diretório do Cidadania em São Caetano vai acabar agora, vai esgotar agora o prazo que foi estabelecido no último congresso municipal. Nós teremos novos congressos dos diretórios municipais a partir do mês de agosto, agora, então muito provavelmente essa disputa, essa polêmica que está existindo não ocorrerá. Não ocorrerá, porque? O presidente não pode ser mais reeleito no estatuto do Cidadania. Segundo, terá um novo diretório que será formado. Terceiro, obviamente o Cidadania tem no Tite Campanella, hoje, uma das principais prefeituras do país. Nós queremos, se tiver nova eleição, potencializá-lo ao máximo para que ele possa representar o nosso partido em uma das gestões que é mais eficiente que é a de São Caetano do Sul. Seria uma incoerência do nosso partido e seria uma incoerência daqueles que o elegeram para presidente da Câmara, sabendo que ele seria prefeito durante um determinado período, não achar que ele precisa continuar”, explicou.
Apesar das situações internas, Manente ainda trabalha com a posse de Auricchio. “Nós, do Cidadania, não estamos trabalhando ainda com a hipótese da eleição, eu acredito no que o prefeito Auricchio tem dito para todos os interlocutores, que ele ganhará o processo, então vamos aguardar. Não há eleição, muito provavelmente neste ano a última data do TSE foi para outubro, então não foi marcada nenhuma eleição para outubro de São Caetano, acho que o julgamento não ocorrerá até lá, se tiver uma nova eleição ela será mais para frente”.
Brasília
Sobre a reforma eleitoral, Alex Manente segue sendo crítico a possibilidade do retorno das coligações para as eleições do próximo ano. Nesta terça-feira (17/8) haverá a segunda votação do projeto. O deputado considera que o fato de ter apenas 333 votos favoráveis à propositura, ou seja, 25 a mais do que o mínimo necessário, pode fazer com que haja uma reviravolta sobre o assunto e a manutenção das atuais regras.
Manente foi um dos deputados que votou contra o “distritão” (sistema que elegeria deputados da mesma forma em que se elege os cargos do Executivo), algo foi negado pela maioria da Câmara Federal, assim como o voto impresso. “Podemos melhorar a transparência, mas voltar ao voto manual é um retrocesso”, resumiu.
Um outro ponto que preocupa o parlamentar é o projeto sobre a reforma do Imposto de Renda, que na sua avaliação não vislumbra aumentar a produção e o consumo, mas sim garantir uma rápida arrecadação de impostos na classe média para conseguir bancar os programas sociais que o Governo Federal que instituir antes das eleições gerais do próximo ano. Tal proposta pode ter sua primeira votação ainda nesta semana.