Somente nos últimos três meses, o Procon SP recebeu 55 mil reclamações a respeito de vendas online, alta de 360% comparado ao mesmo período do ano passado, em que 30 mil reclamações foram registradas. A alta nos números mostra que, com a pandemia, a quantidade de irregularidades no setor aumentou, e quem acaba prejudicado é o consumidor.
Até o momento, o Procon realizou 200 mil consultas, sendo 15 mil reclamações sobre presos abusivos em supermercados, o que resultou na multa de R$ 3 milhões em todo o Estado. Em entrevista ao RDtv, o presidente do Procon SP, Fernando Capez, falou sobre a atuação do órgão no período de pandemia.
Para Capez, entre os principais alvos de reclamações estão as companhias aéreas e pacotes turísticos, que, por causa das medidas adotadas para o controle do vírus, precisaram ser canceladas ou prorrogados. Em seguida, o assunto mais em pauta foram as mensalidades escolares, ingressos de shows, eventos e casamentos.
No momento atual, lideram as reclamações sobre preços abusivos nos mercados principalmente a cesta básica, que hoje custa R$ 862, além de produtos de limpeza e higiene. “Chegamos a encontrar 500 ml de álcool por R$ 90. Para impedir isso, realizamos blitz em farmácias e fornecedores. Hoje está em torno de R$ 15”, conta.
A respeito do aumento no preço do botijão de gás, o presidente esclarece que após receber inúmeras reclamações, estabeleceu o valor tabelado de R$ 70. Nos supermercados, a fiscalização acontece de forma rígida através da comparação pela nota fiscal entre o valor de compra do fornecedor e preço da revenda. “Também iremos realizar a ação Prateleira do bem, que consiste na venda de produtos populares a preços acessíveis nos mercados para a população”
Para fazer uma denúncia, Fernando Capez explica que o meio mais eficaz é por registro no site oficial do Procon SP, além da opção de tirar uma foto do produto com preço abusivo e postar nas redes sociais, marcando a página do Procon. “O consumir deve informar na legenda da postagem o endereço do estabelecimento para que possamos fiscalizar o local. Até o momento, foram feitas 3 mil fiscalizações no Estado”, diz.
Sobre as filas que têm causado aglomerações nas agências da Caixa Econômica, por causa do Auxílio Emergencial disponibilizado pelo Governo Federal, o presidente conta que o banco já foi notificado. “Questionamos sobre soluções para evitar essas filas. O problema de tornar tudo online, é que algumas pessoas não são familiarizadas com o ambiente virtual, além do risco de golpes”, aponta.
Como forma de evitar cair em armadilhas criminosas aplicadas por meio da internet, Capez alerta: “não forneça dados, senhas ou qualquer número que venha a receber por meio digital”. Proporcionar mais agilidade no retorno de denúncias e realizar força tarefa com o departamento de operações da polícia estratégica é o objetivo do órgão, de acordo com o presidente. “Precisamos colaborar um com os outros, pois a crise atingiu todos”, finaliza.