Não é raro identificar pessoas com problemas no estômago. Segundo o gastroenterologista do Hospital São Luiz São Caetano, Thiago Gara, cerca de 50 pacientes atendidos nos consultórios por semana se queixam de dores no estômago, consequência da má alimentação e estresse, fatores que contribuem no aumento de 20% da demanda anual.
A previsão para os próximos anos é que o número cresça, tendo em razão do aumento de produtos sintéticos e transgênicos, comercializados a nível mundial, que contribuem para os incômodos estomacais. “Percebemos nitidamente que o número de pessoas com alergias alimentares cresceu. Antigamente não se escutava falar em alergias, por exemplo, de tomate ou banana como vemos hoje”, afirma.
A alergia é uma resposta do sistema imunológico, que reage ao combater substâncias do meio ambiente, que deveriam ser inofensivas. Para reverter o problema, que afeta principalmente as crianças, a orientação de Gara é que os pais adotem cardápio livre, com peixes, ovos e alimentos alergênicos, para que a janela imunológica seja trabalhada.
“O método tem gerado efeito positivo e afastado doenças inflamatórias que antes eram priorizadas em jovens e adultos e agora afetam também as crianças”, explica. Além da alimentação, o especialista defende a prática de atividades físicas e alimentação balanceada com frutas e legumes para afastar inflamações.
A síndrome dispéptica é outra sensação de desconforto que apresentou alta nos últimos anos. Trata-se de uma disfunção semelhante azia e gastrite, que pode ocorrer pelo uso de medicamentos fortes, agitação ou estresse do dia-a-dia. “É algo que identificamos principalmente em pacientes que têm ritmo de vida acelerado, com grandes exigências”, explica.
Fila de espera
Em geral, pacientes que sentem irritação ou desconforto optam por medicamentos, que diminuem a secreção gástrica, e exames de endoscopia, o que pode ser complicado de fazer de acordo com as demandas da rede pública de saúde. Ribeirão Pires precisou fazer mutirão para atender 1,2 mil pacientes na fila para o exame. A oferta de 70 vagas/mês subiu para 150. Em Diadema ao menos 350 pacientes são atendidos ao mês, e a fila de espera varia de dias (casos urgentes) a meses (sem urgência).
Em Santo André, mais de 900 pacientes fazem endoscopia por mês. Não há fila de espera com exceção dos maiores de 70 anos, que necessitam do procedimento em ambiente hospitalar, com tempo de espera de até 60 dias. Sem fila, São Caetano atende 350 pacientes/mês. Já São Bernardo, que efetua média de 450 exames/mês, não informou quantos pacientes aguardam o exame, mas justifica que 40% dos pacientes agendados deixam de comparecer sem aviso, o que implica no aumento da fila. Mauá e Rio Grande da Serra não responderam.