Nem mesmo a presença de uma base comunitária de segurança da Polícia Militar cravada no coração do Jordanópolis, na Praça Zequinha de Abreu, tem conseguido evitar o aumento frequente de furto e roubo no local. As reclamações sobre falta de segurança são constantes e os moradores se queixam de abandono do poder público e falta de rondas ostensivas para inibir os criminosos.
Instalada no bairro há cerca de 18 anos com o objetivo de aproximar a corporação da comunidade, por meio de policiamento comunitário e estreitamento de relação, o que se vê atualmente é justamente o contrário, ausência de efetivo nas ruas e poucos policiais trabalhando na base.
Marcos Aurélio Silva dos Santos é proprietário de uma lanchonete localizada na mesma rua da base, na avenida São Paulo, mas apesar da proximidade, não deixou de ser vítima da criminalidade. O comerciante relata que já foi assaltado nove vezes a mão armada e a única saída que encontrou foi contratar segurança particular aos finais de semana. “Todas as vezes que fui assaltado busquei ajuda na base comunitária, mas não resolveram nada. Agora os assaltos diminuíram porque contratei segurança própria”, reclama.
O morador Américo Antônio Morales, de 57 anos, também foi uma das vítimas, na porta da própria casa. Sua filha, que preferiu não se identificar, relata que no mês passado bandidos armados o surpreenderam na calçada e só fugiram quando ela gritou por pedido de socorro. Ela alega que ao procurar auxílio na base, junto com o pai, foi informada que não havia viatura para atender a família. “A falta segurança é geral, não se vê mais guardas nas ruas, quando precisamos de fato sempre estão sem viatura”.
A comerciante Stella Mardes Ujeda, 51, além de ter sido assaltada, foi mantida refém no vestiário da própria loja, e não teve qualquer resguardo da polícia. “O indivíduo entrou na loja no período da tarde, esvaziou as prateleiras e levou tudo que eu tinha. Um senhor que passava na rua me ouviu gritar e conseguiu me soltar do vestiário e quando finalmente consegui ligar para a polícia, ela não veio”.
O chefe dos investigadores da Polícia Civil, Antonio Ricardo Ribeiro, explica que um fator importante para identificação dos criminosos e maior atuação da polícia no bairro é o registro de boletins de ocorrência. “Não são todos que fazem, mas o registro do ato criminoso é fundamental, nos ajuda a identificar as regiões com maiores índices de assalto, além de facilitar a identificação do criminoso”, diz.
Por meio de nota, a Polícia Militar informou que o patrulhamento na região ocorre diuturnamente, sendo realizado por uma equipe policial do Programa Rádio Patrulhamento “190”. Em ocorrências de roubo, existe a prioridade de despacho pelo COPOM via rede de rádio, ainda que a equipe policial cubra a região e realize o remanejamento imediato de outra que esteja disponível. (Colaborou Amanda Lemos)