A batalha do impeachment direcionou os holofotes do país para a Câmara dos Deputados nas últimas semanas. Passada a votação da admissibilidade do processo, ocorrida no último domingo (17), parlamentares colocam na balança de que forma seus mandatos foram impactados pela visibilidade trazida pela crise política.
Deputado federal de primeiro mandato, Alex Manente (PPS) não tem do que reclamar. Indicado pelo PPS, o parlamentar conseguiu emplacar uma das cadeiras da Comissão Especial do Impeachment, que teve sessões transmitidas ao vivo por canais de notícias. Manente potencializou o quanto pode a exposição, turbinada pelas redes sociais.
Primeiro parlamentar de São Paulo a votar na noite de domingo, Manente foi ao microfone votar “sim” carregando a bandeira de São Bernardo, citou as filhas, a cidade, e o ABC.
Alex Manente recebeu o RD em seu gabinete, no anexo IV da Câmara dos Deputados, no dia seguinte à votação do impeachment. “A Câmara está sintonizada com a sociedade e a sociedade está de olho no que os deputados estão fazendo”, afirma. Ele disse esperar que o processo no Senado ocorra com rapidez.
“Fizemos reuniões com líderes para que os partidos cobrem os senadores para dar celeridade a esse processo. O Brasil não pode estagnar durante muito tempo”, afirma Manente. “Vamos trabalhar para que na primeira quinzena de maio a admissibilidade no Senado seja concluída e já tenhamos um novo presidente para os próximos seis meses, quando será avaliado o mérito do julgamento do impeachment da presidente Dilma”.
O deputado federal garantiu apoio do PPS a um eventual governo Michel Temer. “Me recordo que quando cheguei aqui tínhamos no máximo 110 deputados oposicionistas e hoje esse número triplicou. Temos a responsabilidade de ter iniciado esse processo de oposição e teremos a responsabilidade de colaborar com as mudanças estruturais que um eventual governo Temer precisa fazer”.
Pré-candidato a prefeito de São Bernardo, Manente foi eleito deputado federal em 2014 com 164.760 votos. Chegou a ensaiar migrar para o PSB, mas acabou decidindo ficar no PPS.
O próximo passo da batalha do impeachment ocorrerá no Senado em meados de maio. A Casa vai decidir pela admissibilidade do processo enviado pela Câmara. Como essa decisão precisa de maioria simples, é praticamente impossível que o governo consiga sair vitorioso. Se a maioria do Senado votar pela admissibilidade, a presidente Dilma é afastada do cargo por até 180 dias. O julgamento final do impeachment exigirá a aprovação de 2/3 dos senadores.