Natal deve movimentar 3% a mais que em 2011 no ABC

Sandro Maskio, coordenador do estudo / Foto: Pedro Diogo

A data mais aguardada pelo comércio no ano deve movimentar aproximadamente R$ 307 milhões no ABC, um aumento de 3% em relação aos R$ 300 milhões do ano passado. É o que indica a Pesquisa de Intenção de Compras de Natal realizada pelo Observatório Econômico da Universidade Metodista de São Paulo divulgada nesta terça-feira (4).

Segundo análise do professor Sandro Maskio, coordenador do estudo, a porcentagem de crescimento é um número realista, levando em consideração que 2012 foi um ano turbulento economicamente. “Muitos apontam 3% como um número pequeno, mas outras pesquisas pelo País apontam queda parecida no crescimento das vendas de Natal”, explica o especialista. No ano passado, o crescimento foi de 3,4%, segundo a Fecomercio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo).

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O estudo aponta que o consumidor pretende gastar menos. Apesar de o preço médio do presente ter subido de R$ 148 para R$ 158, este ano o gasto programado para as compras de Natal é de R$ 460, 10% a menos que a pretensão do ano passado, quando o consumidor apontou gastar R$ 501.

“O aumento do ticket condiz com a inflação, porém o brasileiro está mais seguro em relação ao planejamento econômico e deve gastar menos, o que é um dado importante”, analisa Maskio. O crescimento da população consumidora explica o aumento, ainda que modesto, de 3% na movimentação econômica na região.

“O que salva o Natal é a baixa no desemprego, que tem conseguido inserir mais famílias no mercado consumidor”, pondera o professor e a pesquisa aponta que 62% dos entrevistados têm carteira assinada. No ano passado, a expectativa era que 550 mil famílias da região fizessem compras. Para 2012 é esperado um crescimento de 7%, o que significa 40 mil famílias a mais comprando. Dos consumidores consultados, 69,5% disseram ter melhorado de condição financeira desde o ano passado.

Aumentam compras pela internet

Maskio acena para o aumento de preferência por adquirir os presentes pela internet. A pesquisa mostra que 9,6% dos entrevistados pretendem comprar online, contra 2,7% do ano passado. “Os consumidores dizem que conseguem preços mais baratos pela internet, além da facilidade de fazer pesquisa sem sair de casa”, explica. O principal destino continua sendo o shopping, com 40,3% da preferência.

Outro dado que cresceu significativamente é o desconto como fator determinante para a escolha do presente. Em 2011, o desconto figurou em quinto lugar e este ano está em segundo, atrás apenas do fator qualidade.

As compras com o cartão de crédito vêm diminuindo desde outubro, fenômeno observado na Pesquisa de Intenção de Consumo do Dia das Crianças. A preferência pelo crédito diminuiu 1,3% este ano. Sandro Maskio aponta o endividamento das famílias como fator decisivo na hora de escolher quanto gastar e a forma de pagamento. Dos entrevistados, quase 48% revelaram ter renda familiar entre 3 e 10 salários mínimos ( R$ 1.866 a R$ 6.220).

Cartão da loja
No quesito forma de pagamento, chamou atenção a preferência por comprar com o cartão da loja. No ano passado, apenas 3% dos entrevistados pretendiam usar tal recurso, já este ano, 5,8% disseram que pagarão desta maneira. Com cartões de lojas geralmente é possível parcelar a compra pelo mesmo preço total do que seria pago à vista. Maskio é crítico em relação ao dispositivo. “Eu particularmente não acredito que um produto tenha o mesmo preço a vista e a prazo. Isso pode enganar o consumidor, mas vai da capacidade de negociação de cada um”, afirma.

O estudo ouviu 500 pessoas das sete cidades do ABC e avaliou também a capacidade de mobilidade dos consumidores. 27% têm intenção de fazer compras em outras cidades e Santo André é o principal destino. A pesquisa completa está no site do Observatório Econômico da Metodista.
 

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