
A família do montanhista e fotógrafo brasileiro Edson Vandeira Costa, de 36 anos, publicou uma carta aberta ao Ministério das Relações Exteriores do Brasil, na qual pede apoio para localizar o montanhista, desaparecido desde 29 de maio, quando iniciou a escalada do Nevado Artesonraju, pico de 6.025 metros na Cordilheira Blanca, dentro do Parque Nacional Huascarán, com dois montanhistas peruanos. Eles deveriam ter retornado no domingo (01/06).
“Nós, familiares, amigos e colegas de montanhismo de Edson Vandeira Costa, fotógrafo e escalador brasileiro de 36 anos, viemos, por meio desta, fazer um apelo urgente”, diz a publicação. Procurado pela equipe de reportagem, o Itamaraty não se manifestou.
Vandeira iniciou a escalada junto com os peruanos Efraín Pretel Álonzo, da cidade de Huari, e Jesús Huerta Picón, de Caraz, que também estão desaparecidos. Eles estudam juntos no Centro de Estudos de Alta Montanha (CEAM), onde cursam a formação de aspirante a guia da Federação Internacional de Associações de Guias de Montanha. O trio pretendia completar uma rota técnica de ascensão.
“Mobilizamos todos os recursos possíveis, em colaboração com autoridades peruanas e voluntários locais. No entanto, trata-se de uma região de difícil acesso e de condições climáticas severas. A operação requer, com urgência, apoio logístico mais robusto, inclusive um helicóptero especializado para varreduras aéreas em pontos críticos”, diz a carta aberta encaminhada ao Itamaraty.
“Diante da gravidade da situação, apelamos por atuação urgente do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, em parceria com a Embaixada do Brasil no Peru, a fim de intensificar as buscas e garantir que os esforços sejam imediatos, coordenados e eficazes”, consta ainda na publicação.
A carta aberta cita ainda que o contato direto e a pressão diplomática junto às autoridades peruanas são indispensáveis para garantir o progresso efetivo das expedições de resgate.
“Cada minuto perdido reduz as chances de um desfecho positivo, e não podemos permitir que a burocracia ou a falta de ação comprometa vidas”, conforme consta na publicação.
A carta aberta foi assinada por familiares, amigos, a Confederação Brasileira de Montanhismo e Escalada (CBME), a Federação de Montanhismo do Estado de São Paulo (Femesp), a Federação de Esportes de Montanha do Estado do Rio de Janeiro (Feemerj), a Federação Paranaense de Montanhismo (Fepam) e outras 14 entidades ligadas ao montanhismo brasileiro.