
O número de mortes no trânsito nas cidades do ABC aumentou 27,7% em abril deste ano, comparado ao mesmo mês de 2024. Foram 23 vítimas fatais registradas, contra 18 no ano passado, segundo dados do Infosiga (Sistema de Informações Gerenciais de Acidentes de Trânsito). No acumulado de janeiro a abril, a região soma 79 mortes no trânsito, o que representa 19 a mais que no mesmo período do ano anterior.
Entre as vítimas, os motociclistas seguem na liderança dos registros de fatalidades. Em São Bernardo, por exemplo, foram contabilizadas 38 mortes no trânsito apenas neste ano, sendo 13 delas em abril – cinco a mais que no mesmo mês do ano passado. Todas as vítimas desse mês eram homens, com idades entre 20 e 24 anos ou entre 40 e 44 anos, e a maioria conduzia motocicletas.
Um caso recente e emblemático que mostra a gravidade do cenário ocorreu na madrugada de 4 de maio, na altura do bairro Assunção, em São Bernardo. No episódio, um motociclista de 53 anos morreu após colidir com um caminhão na Rodovia Anchieta. Segundo informações da Polícia Militar Rodoviária, ele não resistiu aos ferimentos e morreu no local.
Santo André também registrou sete óbitos no trânsito em abril, o que totaliza 20 mortes somente em 2025 – quatro mortes a mais do que o contabilizado no mesmo período do ano passado. Este ano, assim como em São Bernardo, a maioria das vítimas eram motociclistas homens. Já em Mauá, oito pessoas morreram no trânsito em 2025, com uma vítima fatal em abril — uma mulher. No mesmo mês do ano passado o número de ocorrências foi o mesmo, uma morte.
Diadema contabilizou seis mortes ao longo deste ano, sendo apenas uma em abril. Ribeirão Pires soma quatro mortes no período, também com uma registrada em abril. E em Rio Grande da Serra não houve mortes em abril, mas ao longo dos quatro primeiros meses do ano, uma ocorrência fatal foi registrada em fevereiro. Já São Caetano não teve registros em abril, mas acumula duas mortes no ano.
Mais segurança
O aumento nas estatísticas de mortes no trânsito escancara a necessidade de implementar políticas públicas mais eficazes voltadas à segurança no trânsito, especialmente para o público mais vulnerável, como motociclistas e pedestres. Ainda que os números variem entre os municípios, a violência no trânsito ainda é uma realidade que atinge todas as cidades do ABC.

Casos como o de um motociclista de 45 anos que morreu em janeiro, após ser atingido por um carro durante uma conversão proibida na Rodovia Índio Tibiriçá, em Ribeirão Pires, exemplificam a gravidade. Neste caso, a colisão foi fatal, e o óbito foi constatado ainda no local pelo SAMU.
Em São Caetano, outro episódio chocou moradores no início deste ano: um Honda Civic, em alta velocidade, colidiu com um Fiat Palio e invadiu uma loja de açaí no cruzamento da rua Amazonas com a Rafael Correa Sampaio. Apesar do caso não ter resultado em morte, o ocorrido ganhou repercussão nas redes sociais.