
A chuva de quarta-feira (23/10), apesar de não muito forte, deixou milhares de imóveis na região sem energia novamente, menos de duas semanas após o apagão que deixou grande parte da região metropolitana no escuro por mais de uma semana, ocorrido após temporal do dia 11/10. Às 20h desta quinta-feira (24/10), mais de 30 horas após a chuva de quarta-feira, 3.072 clientes da operadora Enel ainda estavam sem energia. Em algumas cidades da região o número de atingidos pelo blecaute aumentou, diante de nova chuva no início da noite.
Comparado com o boletim divulgado às 17hs pela Enel, o das 20h mostrou que em Diadema, Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra e Santo André, o número de consumidores sem energia aumentou. Em Diadema, que tinha no fim da tarde 311 imóveis no escuro, depois da chuva fraca desta quinta-feira, viu o número subir assustadoramente para 861, quase três vezes mais problemas para a Enel resolver.
Em Santo André eram 319 imóveis sem luz no período da tarde, no início da noite em vez do número cair por conta dos reparos na rede, ele aumentou para 382, ou seja, mais 63 pontos da cidade ficaram às escuras.
Em Rio Grande da Serra o número de imóveis sem luz era de apenas um às 17h e três horas depois mais um imóvel se juntou a esta conta. Em Ribeirão Pires 186 clientes da Enel estavam sem energia no meio da tarde, já à noite o número saltou para 248, ou seja, mais 62 relógios medidores de energia pararam na cidade.
A situação preocupa porque não choveu forte e os reparos da primeira chuva ainda estavam longe de serem concluídos quando o número volta a aumentar. É o que diz o morador de Ribeirão Pires, Luiz Gustavo. Ele relata que mora na mesma rua desde criança, hoje tem 28 anos e sempre passou por episódios de falta de energia, mesmo nos eventos climáticos de menor intensidade. “Essa rua não pode ver uma chuva que acaba a luz, duas semanas direto, na terceira vou lá na Enel cantar uma música, não é possível, para que pagar caro se a Enel não colabora?”, reclamou na internet o morador da rua Vereador Álvaro de Souza Vieira, no bairro Colônia.
“Qualquer vento que passa aqui a energia cai. Aqui perto tem um tipo de transformador no poste, por qualquer ventinho que bate lá dá um estouro, ele desarma e a gente fica sem luz. Nesta quarta-feira voltou em 15 minutos, mas geralmente demora mais”, conta Gustavo. Na mesma rua há uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento), que é o único ponto não afetado pelas quedas de energi porque tem gerador, segundo conta o morador. “Qualquer vento ou chuva que vier a chance de acabar a luz é grande”, aponta o morador de Ribeirão Pires. No temporal do dia 11/10, a região onde ele mora ficou três dias sem luz.
A cidade com mais imóveis sem luz na região, às 20h, era São Bernardo, com 1.410 clientes da Enel sem energia. No relatório das 17h, eram 1.551. Em Mauá à noite 132 consumidores estavam sem energia, número menor que os 247 das 17hs. São Caetano, que era a cidade, proporcionalmente com maior número de pontos sem energia no fim da tarde, 893 imóveis, o que dá mais de 1% do total de ligações, à noite o serviço já tinha avançado e a chuva parece não ter prejudicado o ritmo dos reparos pois às 20h, só 37 imóveis ainda não tinham a energia restabelecida.
Alerta
A Defesa Civil do Estado disparou um alerta de mais temporais previstos para essa sexta-feira (25). “A Defesa Civil mantém o gabinete de crise no CGE até sexta-feira (25) devido à previsão de tempestades com ventos fortes e chuvas intensas. Rajadas de vento podem ultrapassar 70 km/h, e há risco de alagamentos e quedas de árvores. A Grande São Paulo já sente os efeitos desse sistema. As Defesas Civis do Estado e dos municípios, juntamente com as concessionárias de energia e abastecimento de água, estão preparadas para agir rapidamente em caso de emergências”, diz o informe.
Em nota a Enel diz que mobilizou 2.500 profissionais de campo nesta quinta-feira nos 24 municípios em que a empresa atua. “Os canais de atendimento também foram reforçados, incluindo o call center, preparado para duplicar a capacidade. Para atender casos críticos, a Enel disponibilizou 500 geradores para serviços essenciais, como hospitais, além de duas subestações e dois transformadores móveis, que podem ser posicionados em pontos estratégicos de bairros afetados”, diz a companhia que não detalhou como é feito o trabalho no ABC.
A concessionária promete um esquema especial de atendimento caso a previsão de temporais se confirme. “Com a nova previsão de chuvas e ventos, que podem ultrapassar os 70 km/h, para a Região Metropolitana de São Paulo, a Enel Distribuição São Paulo está preparada para colocar em prática seu Plano Emergencial de Atendimento, caso seja necessário”.
Para registro de falta de energia, em situações de contingência, a empresa orienta que os clientes utilizem, preferencialmente, os canais digitais para mais agilidade do atendimento, como o site (www.enel.com.br), o aplicativo Enel (disponível para iOS e Android) e o WhatsApp: (21) 99601-9608.