ABC - sábado , 12 de outubro de 2024

BRT mantém previsão de entrega para 2025 porém foram definidos novos viadutos

Obra do BRT na avenida Lauro Gomes que faz parte da segunda fase do projeto. (Foto: Divulgação)

O projeto original do BRT (do inglês Ônibus de Trânsito Rápido) do ABC sofreu alterações, e terá mais estruturas complexas, as chamadas na construção civil de obras de arte, que são pontes, viadutos e passarelas. Mesmo com essa mudança as obras seguem o cronograma com previsão de conclusão no segundo semestre do próximo ano. Projetado para uma demanda de média capacidade, o sistema prevê transportar 173 mil pessoas por dia, porém se exigido em sua capacidade máxima poderá transportar até 600 mil passageiros com a mesma segurança.

As obras que estão em andamento no trecho 1, que inclui o terminal no Centro de São Bernardo, segue já no trecho 2 também. O único ponto que trouxe algum atraso nas obras foi a liberação das licenças ambientais, que agora já foram emitidas. Segundo o porta-voz do BRT-ABC, Flaminio Fichmann, as mudanças foram feitas para evitar a geração de congestionamentos nas vias para os carros, para garantir a velocidade média dentro da via segregada do BRT, aumento da capacidade de passageiros e redução do tempo de viagem, mas tudo isso tem um custo, de R$ 200 milhões a R$ 300 milhões, a mais do que estava previsto no projeto inicial, porém sem desembolso do poder público. “Esse valor é a contrapartida da outorga para a concessão do trecho. Essas adequações vão acelerar a obra, transpondo o trânsito e vão dar fluidez ao tráfego de carros e também ao BRT”, explica.

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A obra é realizada pela Next Mobilidade, a mesma que hoje opera o corredor ABD que já atende os municípios de Diadema, Santo André, São Bernardo, ligando a região à Capital em dois pontos; Jabaquara e São Mateus. O trajeto terá 18 quilômetros ao custo de R$ 950 milhões, custeado pela empresa de transporte. Quando pronto o BRT vai se interligar a três terminais: São Bernardo (Paço Municipal), Tamanduateí (Linha 2-Verde do Metrô e Linha 10 Turquesa da CPTM) e Sacomã (Linha 2-Verde do metrô e Expresso Tiradentes).

Fichmann explica que há mais de uma frente de trabalho, enquanto obras na avenida Aldino Pinotti e Lauro Gomes em São Bernardo estão em andamento, no lado de São Paulo, onde o BRT vai se encontrar com os trilhos na estação Tamanduateí, as obras também já começaram. Esse é um trecho que deve andar mais rápido porque por ali não tem nenhum viário”, diz. O porta voz também diz que há uma preocupação grande quanto as áreas sujeitas a inundação por onde o trajeto vai passar. Segundo ele a obra também se baseia em outras obras de contenção de enchentes que o governo do Estado vem fazendo. Ele se refere ao Piscinão Jaboticabal, considerado o maior reservatório de contenção de enchentes da América Latina e que fica na divisa entre São Bernardo, São Paulo e São Caetano e bem ao lado do traçado do BRT do ABC na avenida Guido Aliberti. A obra, com capacidade para armazenar 900 milhões de litros de água, deve absorver parte do excesso de volume do Córrego dos Meninos e tem previsão de entrega até o fim deste ano.

“A própria cota do BRT já prevê uma pista mais alta, porém estamos acompanhando o avanço de obras. O piscinão do Paço de São Bernardo já resolveu parte do problema e com o Jaboticabal toda a região será beneficiada e vamos usufruir de um viário novo, feito em uma região onde antes qualquer obra era inviável. A população vai ganhar um BRT com todos os ônibus elétricos, à bateria, articulados, confortáveis, com ar-condicionado e num corredor que vai ter tudo que há de mais moderno, com linha paradeira, expressa e semi-expressa”, explica Flaminio Fichmann.

O porta voz que coordena o BRT-ABC e que já participou de inúmeros projetos em outras partes do país e fora dele também, diz que as mudanças no projeto, com as pontes, viadutos e passarelas, além de ajudar no menor impacto para o trânsito durante as obras, também vão acelerar o processo e garantir maior capacidade de transporte e menor tempo de viagem. “Se espera que o trajeto se diminua de 40 para 35 minutos de São Bernardo até o Sacomã. Além disso o sistema é feito para acomodar até três vezes mais passageiros do que o previsto inicialmente com toda a segurança”.

Os ônibus serão movidos à baterias, mas em um lado da pista haverá cabeamento, para garantir a recarga das baterias e evitando também que as garagens e terminais precisem de uma grande capacidade de carga para carregar os coletivos. Serão 92 ônibus fabricados pela Eletra, montadora de ônibus elétricos sediada em São Bernardo.

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