ABC - segunda-feira , 5 de maio de 2025

Anaflavia é condenada a 85 anos pela morte dos pais e do irmão mais novo

Anaflavia, que está presa desde 2020, foi submetida a um segundo julgamento e foi novamente condenada pela morte dos pais e do irmão. (Foto: Reprodução)

Quatro anos e sete meses depois do crime que chocou o ABC e o país, Anaflávia Meneses Gonçalves, volta a sentar no banco dos réus. A acusada de matar os pais Homuyuki Veras Gonçalves e Flaviana Meneses Gonçalves, e também o irmão Juan Victor Meneses Gonçalves, de 15 anos, foi julgada pela segunda vez no Fórum de Santo André e condenada a 85 anos, cinco meses e 23 dias  de prisão. O julgamento que começou por volta das 10h30 teve o resultado às 21h40 desta terça-feira (27/08).

De acordo com a apuração da polícia e a denúncia do Ministério Público, no dia 28 de janeiro de 2020, ela e a sua então companheira Carina Ramos, contaram com a ajuda de três rapazes para torturar e matar as três vítimas que foram encontradas na manhã seguinte, carbonizadas, dentro do carro da família. Todos também já foram condenados.

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A pena atribuída à ré é 24 anos maior do que a da primeira condenação. No primeiro julgamento, em junho do ano passado, na mesma sessão em que foram julgados sua ex-companheira Carina Ramos e Guilherme Ramos da Silva, ela acabou condenada a 61 anos e cinco meses por homicídio, ocultação de cadáver, roubo e associação criminosa. Carina pegou 74 anos e sete meses e Guilherme 56 anos e dois meses. Em agosto do ano passado também foram julgados os primos de Carina, Jonathan e Juliano Ramos, que foram condenados respectivamente a 56 anos e seis meses e a 65 anos e cinco meses de cadeia, pelos mesmos crimes.

No primeiro júri a que foi submetida Anaflavia acabou não sendo condenada pela morte do irmão e por isso a Promotoria de Justiça e a assistência da acusação pediram o cancelamento da pena e um novo julgamento.  Na época a  acusação considerou que o grande número de quesitos a serem avaliados um a um, pode ter confundido os jurados. O juiz então acatou o pedido da acusação, cancelando a pena atribuída a ela e marcando novo julgamento.

Para o advogado Epaminondas Gomes de Farias, que representa a família, a condenação de Anaflavia pelo triplo homicídio qualificado traz algum alívio para a dor dos familiares. “Hoje se encerrou um ciclo importante importante, finalmente se fecha esse caixão. No outro júri houve um erro que saltou aos olhos e o conselho de sentença acabou absolvendo a ré pela morte do Juan. Hoje isso não aconteceu, tivemos um júri liso, desembaraçado de algo que pudesse prejudicar o processo e o conselho de sentença, com tranquilidade pode julgar e responsabilizar a Anaflavia por todos os delitos a ela imputados. Chegamos a um resultado que ao nosso juízo é compatível com o tamanho da brutalidade do crime que ela cometeu e agora, de fato, a família vai poder viver uma outra fase porque o júri se encerrou”, disse.

Para o advogado Leonardo José Gomes, que representa Anaflavia, a defesa acabou sendo prejudicada com uma discussão com a promotoria. “Depois desse debate com a promotora e ela acabou usando isso, mas mesmo assim, foi um júri apertado; foram quatro votos a três, mais um pouco a gente conseguiria a absolvição. Agora vou ver com calma a sentença e avaliar como vamos entrar com um recurso”. resumiu.

Crime

O crime bárbaro ocorreu em 28 de janeiro de 2020, quando os empresários Homuyuki Veras Gonçalves, Flaviana Meneses Gonçalves e o filho do casal Juan Victor Meneses Gonçalves foram torturados e mortos na casa onde moravam em Santo André. Depois tiveram os corpos carbonizados dentro do carro da família, abandonado na Estrada do Montanhão, já em São Bernardo.

Segundo a denúncia do Ministério Público, Anaflavia e Carina chamaram os primos Jonathan e Juliano e o amigo dos quatro Guilherme para a prática de um roubo. Anaflavia facilitou a entrada do grupo no condomínio onde a família morava. Faz parte da denúncia também os encontros do grupo para planejar o crime e até uma cotação feita por Carina para trocar o carpete do andar superior da casa da família. Para a acusação isso demonstra que o plano era matar a família e as duas ficarem com a casa. Os irmãos ficariam com uma quantia que estaria no cofre da casa, cerca de R$ 85 mil, dinheiro que nunca foi encontrado.

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