ABC - segunda-feira , 20 de maio de 2024

FecomercioSP: Copom poderia ter mantido o forward guidance e cortado 0,5 pp da Selic

Assessor econômico da FecomercioSP, o economista André Sacconato disse ao Broadcast que pela primeira vez em sua carreira profissional tendeu a discordar e de uma decisão de política monetária do Banco Central (BC), uma vez que ele manteve o ‘forward guidance’ para o Copom de maio e não o cumpriu.

“Para mim, teria de ter acontecido algo tão rock and roll para mudar a orientação da política monetária e não aconteceu nada. O PIB está subindo, mas não está bombando. Se a questão é o fiscal, deveria ter sido mais enfático, mas o discurso não mudou muito do que já vinha sendo feito”, disse Saconnato. Ele nota que mesmo as expectativas de inflação do mercado não se alteraram tão expressivamente.

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Defensor de uma entidade representativa do comércio, Sacconato diz que o Copom deveria ter executado o ‘forward guidance’, cortado mais 0,50 ponto porcentual da Selic para, aí sim, indicar que os próximos passos da política monetária passariam a depender dos dados do setor externo, dos serviços e da inflação doméstica.

Sacconato diz reconhecer que o espaço para cortes de juro esteja fechando e que a taxa terminal de juro não tem como ser inferior a 9,50% ao ano, já que, em breve, a taxa de juro real ficará um pouco acima da taxa americana, na proporção de 5,5% para 2%, 2,5% do juro dos Estados Unidos.

“Não podemos ir para mais que isso porque a nossa taxa de desemprego está na segunda mínima da série histórica na média trimestral, a massa de renda está subindo a dois dígitos. A inflação de 3,9% em 12 meses permite algum corte de juro na média, mas não muito. Mas acho que ainda tinha espaço para um corte de 0,50 ponto porcentual neste Copom de maio”, reiterou o assessor econômico da FecomercioSP.

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