Debater sobre bullying é trazer à tona como crianças e adolescentes se comportam em ambiente escolar, implicando diretamente no aprendizado e convívio dos jovens que, por vezes, sofrem do fenômeno e não se manifestam. Ao RDtv, a coordenadora do GT (Grupo de Trabalho) Educação do Consórcio Intermunicipal ABC e secretária de Educação de Diadema, Ana Lucia Sanches, comenta sobre como ABC tem se comportado diante de uma pauta que faz parte da vida de jovens nas escolas.
Segundo a PeNSE (Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar), realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e pelo Ministério da Educação, 40% dos adolescentes em 2022 afirmaram já ter sofrido bullying. Em 2009, eram 30,9%. Sabe-se que há uma grande demanda pelo aprofundamento desse tema entre as crianças e adolescentes. “De fato, esse é um tema recorrente no Consórcio e chama a atenção de todas as cidades da região. Não à toa, criamos o GT de Educação Infantil com o foco nesses casos”, comenta Ana Lucia.
Como coordenadora, ela explica que implementar a construção de paz é fundamental para combater diretamente o bullying nas escolas. Dentre as sete cidades, apenas São Bernardo e Santo André optaram por não integrar o projeto criado pelo Consórcio ABC. Dentre os participantes, os municípios contam com representantes (meninos e meninas) ativos que colaboram com opiniões e sugestões ao projeto. Na quinta-feira (09/05), o Consórcio ABC promove uma celebração na sede para apresentar dez novos representantes das cidades, sendo dois de cada município.
Especificamente em Diadema, ações de conscientização contra o bullying se estendem em diversas esferas do âmbito educacional no município. Além de contar com os representantes, chamados de “curumins”, Diadema promove um podcast com os jovens para falar sobre bullying, abrindo espaço para o debate e oferecendo oportunidades para crianças e jovens falarem sobre o assunto. “Já tivemos muitas experiências positivas advindas desses projetos. A realidade é que, apesar de as crianças de cada cidade lidarem com realidades diferentes, desde Ribeirão Pires até Diadema, por exemplo, elas passam por problemas similares que ficam cada vez mais expostos quando fazemos esse tipo de ação”, explica a secretária de Educação de Diadema.
Ana Lucia explica que entender o bullying como facilitador para problemas mais sérios tem sido o desafio nas escolas da região. Segundo ela, quando casos como os de Suzano e até mais recentemente da Praia Grande vêm à tona, consideramos o último fator, sendo o que aconteceu no fim da história. Neste caso, A Ana Lucia sugere que haja uma conscientização nas instituições de ensino do ABC para entenderem que o bullying, por sua vez, é a raiz desses casos, e que é fator crucial para evitar que casos mais graves aconteçam.
“De modo geral, é interessante o que é feito na região. Percebemos que as cidades, até as que não estão envolvidas diretamente nas nossas ações, como São Bernardo e Santo André, promovem campanhas ativas nas escolas para educar os jovens sobre o assunto. É desse modo, proporcionando vez e voz para as crianças e jovens, que vamos entender cada vez mais como combater o bullying”, comenta Ana Lucia.