No dia 11 de abril é celebrado o Dia Mundial do Parkinson, data que remete à conscientização sobre essa e outras doenças em comum que afetam parte da população. Graças ao aumento da expectativa de vida, a tendência é que os números de diagnósticos cresçam, assim como explica ao RDtv, Margarete de Jesus, neurologista e coordenadora do Ambulatório de Distúrbios de Movimento do Centro Universitário da FMABC.
Parkinson é uma doença neurológica degenerativa e progressiva, que afeta o sistema nervoso central, principalmente de pessoas com mais de 65 anos. O distúrbio atinge as células presentes na chamada região negra do cérebro, responsável pela produção da dopamina, um neurotransmissor com papel fundamental na função motora. Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), aproximadamente 1% da população mundial maior de 65 anos tem problema. Somente no Brasil, estima-se que cerca de 200 mil pessoas sofram com a doença.
Apesar de uma parte da população brasileira ser diagnosticada com a doença, Margarete afirma que ainda existe preconceito com o Parkinson. “Além do preconceito, muitas pessoas acreditam que, só pela pessoa ser idosa, é por conta da idade que ela está tremendo ou tendo algum sintoma. Temos que ter outro olhar sobre esses casos, para evitar o crescimento dos diagnósticos”, diz. Assim como explicou, a tendência a acreditar que são manifestações naturais do corpo sugere que muitos dos casos ainda não foram diagnosticados por conta dessa naturalidade com o problema.
Há duas categorias de sintomas. Os mais conhecidos são os motores, que envolvem tremores, rigidez muscular e lentificação dos movimentos. Já os não motores, constituem de: diminuição olfato e do piscamento, dificuldade em expressar reações faciais, diminui tom de voz, facilidade para engasgar, letra diminui e fica tremida, movimento diferente dos braços, passadas menores ao ponto de não conseguir se locomover, fadiga e dor muscular. Na maior parte dos casos, o Parkinson não é hereditário.
“Não é a pior doença neurodegenerativa. O Alzheimer é a doença que mais afeta brasileiros e que merece atenção tanto quanto com o Parkinson”, comenta Margarete. Ela explica que, graças ao avanço da tecnologia farmacêutica e medicinal, além da própria evolução da comunicação com os meios digitais, as pessoas estão se cuidando mais, sugerindo o aumento da longevidade na mesma sintonia que o aumento dos casos de Parkinson.
A doença não tem cura, mas possui tratamentos que promovem bem-estar e qualidade de vida aos pacientes. Geralmente, o tratamento envolve uma equipe multidisciplinar, composta principalmente por fisioterapeuta, fonoaudióloga e psicologa, além de medicação que reduz o impacto dos sintomas.