Consultor explica os desafios do planejamento estratégico

O número de empresas que abrem e fecham ao longo dos anos é cada vez maior. Segundo os dados do Painel do Mapa das Empresas, do Governo Federal, no ABC foram abertas 62.898 empresas em 2023 (-1,94% em comparação com 2022) e fecharam 34.888 CNPJs (22,91% a mais do que em 2022). Com esse cenário, a necessidade de um planejamento estratégico é cada vez maior, principalmente para empresas pequenas e médias, que ainda seguem sem essa cultura.

Em entrevista ao RD Momento Econômico desta quarta-feira (10/01), o fundador e diretor da WSuzuki Consultoria, Wagner Suzuki, falou sobre os desafios existentes para os empreendedores que buscam realizar o seu planejamento. O consultor de São Bernardo, que começou como feirante, alerta que na maioria dos casos os seus serviços são procurados após uma empresa passar por grandes dificuldades.

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Uma de suas primeiras estratégias é entender a história daquele empreendedor e de sua empresa, e a partir disso traçar estratégias específicas para que o trabalho tenha uma melhor organização e um maior crescimento.

“O que nós buscamos fazer é pegar o conceito básico de Administração, misturar com a inovação e adaptar em um formato bem justinho que encaixa na realidade do pequeno empreendedor, poios essa é a grande dificuldade. As vezes o cara assiste uma live, faz um curso, mas na hora de botar na prática, ali na empresa cheia de dificuldade, fica difícil. É um grande desafio para alguém executar o plano”, explica Wagner.

Outro ponto desafiador para realizar este planejamento é entender qual é o cenário possível para a empresa naquele momento. Muitas vezes, por questões financeiras ou estratégicas, determinados investimentos não podem ser realizados, o que trariam um cenário ideal. Assim, a consultoria acaba apontando o melhor caminho levando em conta os elementos que o empreendedor tem em mãos.

Wagner busca usar de sua experiência para conseguir entender os empreendedores que buscam o planejamento estratégico (Foto: Reprodução/RDtv)

Wagner aponta que na maioria dos empreendedores que atende, em pequenas e médias empresas, o número de funcionários é pequeno ou mesmo o próprio empresário tem que atuar em todos os setores. Assim, é necessário criar uma organização para que em determinados períodos da semana o empreendedor possa se dedicar exclusivamente a uma situação como a área comercial ou mesmo o marketing daquela empresa.

Apesar do conceito ser antigo, o planejamento estratégico só começou a ser aplicado no Brasil de forma mais ampla a partir de 1995 com a chamada Reforma da Gestão Pública, liderada pelo atualmente extinto Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado.

Mesmo com quase três décadas de atuação intensa em território nacional, a maioria das empresas médias e pequenas ainda não se atentaram a necessidade de um plano estratégico. Segundo levantamento da consultoria Falconi, realizada no início de 2020 e divulgada pelo site InfoMoney, de 100 empresas médias que foram entrevistadas, apenas 10% contavam com algum tipo de planejamento estratégico.

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