A equipe feminina da Favela do Campanário (Diadema) foi a grande campeã da Taça das Favelas 2023. O time venceu o Paraisópolis no Estádio do Canindé, por 2 a 0, na tarde deste sábado (18/11), com gols de Cássia Souza e da atacante Baratinha, que ainda foi responsável por uma assistência na partida.
O resultado trouxe um título inédito para a equipe do ABC, que chegou na final no último ano, mas acabou derrotada para as mesmas adversárias. Já entre a equipe masculina, quem se deu melhor foi a equipe Cidade Tiradentes, que levou a partida nos pênaltis, por 3 a 1, com gol decisivo de JD, já pelo Campanário de Diadema, Messinho perdeu a cobrança.
O jogo
O Canindé foi o palco da final feminina da Taça das Favelas pela primeira vez. Em 2019, ela foi disputada no Pacaembu, e no ano passado, na Arena Barueri – em 2020 e 2021, os torneios não foram disputados durante a pandemia de Covid-19.
Aos três minutos do jogo da final, as jogadoras da Campanário Diadema abriram o placar. Baratinha recebeu no lado esquerdo do ataque, fez excelente jogada individual e passou para Cássia abrir o placar. Após o primeiro gol, o jogo ficou equilibrado, com as duas equipes em destaque, até que no segundo tempo, Baratinha entrou novamente em ação e, pelos lados do campo, foi derrubada, bateu o pênalti e marcou o segundo gol para o time.
A equipe adversária ainda chegou com alguns lances perigosos, mas não conseguiu diminuir a vantagem e alcançar o time diademense.
Em entrevista à TV Globo, Baratinha comemora: “Demonstramos em campo o porquê viemos, para ser campeãs e dar orgulho para a torcida. O jogo inteiro foi cansativo, mas nós não deixamos de se entregar desde o início do jogo” disse.
Treinos
Ao RD, o coordenador das escolas de futebol da Secretaria de Esporte e Lazer de Diadema, João Batista Barbosa, celebra as conquistas e participação das equipes de Diadema na competição. “A vitória significa o resultado de um grande trabalho que fazemos há bastante tempo na cidade, tanto com a equipe feminina como também a masculina”, diz Barbosa.
Segundo ele, o título coroa não só o trabalho feito ao longo do ano passado, mas também de anos anteriores na cidade. “Poucas favelas vão chegar duas vezes consecutivas na final, e nós conseguimos”, comenta ao frisar que o título representa corretamente o trabalho exercido com as comunidades de Diadema. “Participo do projeto desde o início da caminhada e reconheço todo trabalho envolvido por ambas equipes”, diz.
Organizada pela Cufa (Central Única das Favelas), a competição iniciou em julho, com a modalidade masculina que reunia 104 favelas divididas em 26 grupos com quatro equipes em cada. A modalidade masculina começou com 40 favelas que formaram 10 grupos com quatro equipes.
A competição da Taça das Favelas abrange comunidades de todo o Estado de São Paulo.