Um mês de cuidado com 75 ações de promoção de saúde, entre palestras, oficinas de nutrição e beleza, testes rápidos e preservativos, e mais de 9 mil exames de mamografia, ultrassom e papanicolau realizados. Este é o balanço do Outubro Verde e Rosa, em Santo André, que terminou com roda de conversa e apresentação teatral no auditório do CHM (Centro Hospitalar Municipal).
Aberto aos profissionais da saúde e ao público em geral, o evento contou com especialistas da rede, que atuam diretamente na prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer de mama e da sífilis (temáticas do mês).
Do Hospital da Mulher, participaram as médicas Alessandra Nabarro, coordenadora de Mastologia; Claudia Giolo, coordenadora da UTI Neonatal; e Vanessa Malerbi, coordenadora dos ambulatórios e responsável pelas práticas de acolhimento e atendimento humanizado. O painel foi formado ainda pelo infectologista pediátrico Pedro Mendes Lages, do Centro Médico de Especialidades Referência em Infectologia; o enfermeiro Márcio Renei Silva Santos, da coordenação da rede de Atenção Primária à Saúde; e o agente redutor de danos Patrick Monteiro, do Núcleo de Prevenção IST/Aids.
De acordo com o novo boletim epidemiológico de saúde da população negra, do Ministério da Saúde, 67,7% das gestantes diagnosticadas com HIV/Aids no Brasil em 2021 são pretas e pardas – em 2011 eram 62,4%. O cenário é semelhante ao da sífilis adquirida. Em todo o período abrangido pela pesquisa, mais de 60% das gestantes diagnosticadas com a infecção eram negras.
Alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs) da Organização das Nações Unidas (ONU) e às políticas do SUS, a cidade de Santo André vêm adotando estratégias com o objetivo de eliminar a sífilis congênita como problema de saúde pública, além da transmissão vertical do HIV. A sífilis congênita é consequência da transmissão durante a gestação e/ou parto.
Membro do comitê de investigação da transmissão vertical de HIV, sífilis e hepatites B e C de Santo André, o infectologista Pedro Mendes Lages lembrou que a sífilis, no entanto, não escolhe classe social e que a testagem, ofertada na rede pública, deve ser realizada anualmente. Já a neonatologista Claudia Giolo ressaltou a importância do sexo seguro, do cuidado e da conscientização dos homens, uma vez que algumas mulheres voltam a se infectar devido à resistência de seus parceiros em também buscar tratamento.