Ibovespa ignora queda de NY e renova máxima em busca dos 118 mil pontos com IPCA e commodities

Após instabilidade mais cedo, o Ibovespa acelerou a velocidade de alta, mirando a marca dos 118 mil pontos na manhã desta terça-feira, 12. Na máxima, alcançou 117.858,66 pontos, com valorização de 0,83%. O movimento vai na contramão das bolsas norte-americanas e da maioria na Europa.

“O principal pivô foi o IPCA de agosto, abaixo do esperado, dando espaço para fechamento da curva de juros, e mantém a expectativa de corte de meio ponto porcentual da Selic neste mês”, avalia André Luiz Rocha, operador de renda variável da Manchester Investimentos.

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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,23% no mês passado (igual ao piso das expectativas, cuja mediana era de 0,28%, após 0,12% em julho. Com isso, acumula 4,61% em 12 meses (de 3,99% antes). Essa taxa é a maior desde março de 2023 (4,65%).

“Veio com uma alta menor do que a esperada e essa reação da curva futura de juros recuo das principais taxas é muito boa. Permite uma leitura positiva, indicando que a inflação está sob controle e ancoragem das expectativas. Isso afeta toda a cadeia na economia, desde permitindo desalavancagem das empresas, mais emprego e salário”, analisa Dennis Esteves, sócio e especialista da Blue3 Investimentos.

Segundo a economista-chefe da B.Side Investimentos, Helena Veronese, o IPCA de agosto reforça que a inflação está sob controle, é uma notícia benigna, reforçando recuo da Selic de 13,25% para 12,75% ao ano este mês. “É benigno, mas não muda o cenário. A inflação está sob controle, mas não altera o plano de voo do Banco Central”, avalia, ao esperar corte de 0,50 ponto porcentual na Selic no Copom deste mês.

Para Rocha, da Manchester Investimentos, a tendência para o Índice Bovespa é positiva, por ora. “Lógico que vai depender de como virá o CPI americano, índice de inflação, amanhã, que será um termômetro do ritmo de alta dos juros pelo Fed na semana que vem.”

Além da valorização de ações ligadas ao ciclo econômico, destaque a papéis relacionados a commodities, na linha do petróleo após a Opep, manter a expectativa de alta na demanda pelo óleo, além do minério de ferro, que fechou a sessão em Dalian, na China, com valorização de 1,96%.

O petróleo avançava 1,46%, a US$ 91,96, o do tipo Brent, referência para a Petrobras, cujas ações tinham elevação de 0,87% (PN) e de 1,40% (ON). Vale subia 0,30%. Assai ON figurava entre as maiores elevações, com ganhos de 3,68%.

Já o Ibovespa avançava 0,94%, aos 117.985,72 pontos, na máxima.

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