A depressão, conhecida como doença do século, é um transtorno psiquiátrico que pode ser desenvolvido a partir de diversos gatilhos que levam à tristeza profunda, falta de apetite, baixa autoestima e pessimismo. Em casos mais intensos, psiquiatras recomendam uso imediato de medicamentos prescritos e, da mesma forma, aconselham a prática de exercícios físicos para driblar ou combater a doença. Em entrevista com o RDtv, o psicólogo e professor de Educação Física da Universidade São Caetano do Sul (USCS), Alexandre Romero, explica sobre a importância da prática de atividades físicas na luta contra a doença.
De acordo com Romero, o uso de remédios aliado ao exercício é fundamental para o caminho de cura do transtorno, pois o mesmo provoca a liberação de hormônios da felicidade, motivação e prazer. “A dopamina, serotonina e beta endorfina, são exemplos de alguns desses neurotransmissores que promovem essas sensações”, comenta.
Para avaliar o efeito de medicamentos no corpo humano, em alguns estudos os pesquisadores manipulam o comportamento e sentimento de pacientes sob administração de medicamentos para euforia (destinado a um grupo específico), e remédios para deprimir (para outro grupo).
O procedimento é controlado para não prejudicar nenhum paciente posteriormente, e os resultados apontam que as pessoas sob efeito dos remédios para euforia contam coisas positivas, ao contrário do outro grupo. “Isso mostra o quanto o humor nos faz enxergar o mundo a nossa volta. Quanto melhor bem-humorado estou, melhor vejo o mundo.” diz o psicólogo diante do resultado dos estudos.
Assim como outros fármacos, entende-se que, mesmo com a possibilidade de cura da doença, o paciente também pode ter consequências com uso de medicamentos. Na maioria das vezes, a dosagem é alta, e é preciso controlar a questão com a prática de atividades físicas. Além disso, algumas pessoas sofrem também com a depressão refratária, que não corresponde bem aos remédios, e a solução para auxiliar no tratamento é, novamente, a prática de exercícios físicos.
O professor destaca, ainda, que é importante o indivíduo gostar da atividade física para bons resultados, e aconselha que seja uma prática de fácil acesso, como a caminhada. “O indivíduo pode ir ao parque, andar no quarteirão, onde quiser. O que sabemos é que duas horas e meia de caminhada na semana, diminui em 25% a chance de desenvolver depressão e, menos que isso, a metade, uma hora e quinze minutos, diminui em até 18%”, comenta.
Já para colocar o exercício físico em prática no dia-a-dia, o profissional recomenda que exista o acompanhamento médico, a fim que o paciente não encare a questão como uma obrigação e/ou problema pessoal. “É importante que os profissionais na área de saúde mental acompanhem ou intervenham na vida do paciente no que se refere a orientação do exercício físico, para que o paciente com depressão não se sinta culpado por ‘ter que’ fazer aquilo”, aconselha. “É preciso pedir ajuda e é preciso ser acompanhado”, enfatiza.