Após dois meses consecutivos de queda, o preço da cesta básica voltou a subir no ABC, com variação de 1,83% no valor, o que representa uma diferença de R$ 20,27 na conta. Ao RDtv, o engenheiro agrônomo da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André), Fábio Vezzá De Benedetto, comenta que a principal justificativa para a alta de valores se dá em razão do clima no final do verão, que afeta a produção e colheita de alguns produtos que compõem os 34 itens da cesta.
Segundo o agrônomo, os vilões da vez são o tomate e a batata, responsáveis por encarecer a cesta básica e deixá-la com valor final de R$ 1.125,97 no mês de abril, enquanto em janeiro, o valor foi de R$ 1.148,74, preço recorde. “O tomate e a batata ainda sofrem com a influência do clima do final do verão, mas a tendência é melhorar com o avanço do outono, desde que permaneça seco e com temperaturas amenas”, diz. Já o arroz, leite e ovos, que também registraram alta nos preços, preocupam um pouco mais, uma vez que a dificuldade do valor recuar é maior.
Vezzá complementa, ainda, que o preço dos ovos, depois de 20 anos de pesquisa feita pela Craisa, nunca esteve tão alto. “Em tempos em que as carnes estão caras, o ovo sempre foi a alternativa mais acessível de proteína e, é exatamente por este motivo que o valor da dúzia de ovos está tão alto, porque a procura está muito grande”, expõe.
Outro fator que pode ter contribuído para o aumento do preço dos ovos, segundo Vezzá, é o custo dos insumos. “Tudo que envolve a produção, desde a energia elétrica até o custo do milho, influenciam no valor que este ovo será ofertado nas grandes redes de supermercados”, completa.
Na cesta a queda mais significativa em outubro foi a do preço do óleo, por se tratar de um produto comum no dia-a-dia de todos os brasileiros. O produto teve um recuo de 9,24%, custou em média R$ 6,73 em abril. “Em março, estava na faixa dos R$ 7,41 e, fico feliz com esta queda, porque um produto muito presente em quase todas as refeições dos brasileiros está mais acessível”, afirma.
Vezzá orienta, ainda, que a melhor maneira para economizar nas compras em supermercados é escolher o dia certo, onde existe maior chance de promoções. “O ideal é evitar fazer compras depois do quinto dia útil, já que é a data que grande parte da população recebe o pagamento e evitar os finais de semana. As melhores datas são entre dia 20 e 2 do outro mês, antes do pagamento cair”, orienta.
A pesquisa é feita em grandes redes de supermercados da região, como a Coop – Cooperativa de Consumo, Carrefour, Sonda, Nagumo, Joanin e Extra. Atacados e atacarejos não estão inclusos na pesquisa da Craisa.