A Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André) divulgou nesta quinta-feira (29/02) o levantamento sobre o preço da cesta básica na região em fevereiro. A pesquisa ponta uma queda de 2,9% no valor em comparação ao mesmo mês do ano passado, saindo dos R$ 1.104,35 para R$ 1.075.61. Porém, os hortifrutis lideraram como os produtos que mais ficaram caros e o arroz bateu o recorde histórico com o maior valor registrado.
O pacote de 5kg de arroz apresentou uma alta de 37,73%. Saindo dos R$ 22,24 em fevereiro de 2023 para R$ 30,63 neste segundo mês de 2024. Foi o maior valor registrado desde o início da pesquisa da Craisa, em 2000.
“No ano passado ele já não estava muito barato e esse ano já começa em alta. No mês de fevereiro observamos o preço mais alto do nosso histórico. Passamos por um momento muito ruim no período da pandemia (do Covid-19), os países e famílias estocando arroz para garantir sua segurança alimentar. E agora está acontecendo novamente e não deve mudar do longo do ano”, aponta o engenheiro agrônomo da Craisa, Fábio Vezzá de Benedetto, em entrevista ao RDtv.
Alguns países próximos às nações que estão com algum conflito, como no caso de Rússia e Ucrânia, e o Oriente Médio, seguem estocando arroz para sua sobrevivência, pois contam com o receio da falta de alimentos devido às respectivas guerras. Por outro lado, os temporais na região sul do Brasil também contribuem para a dificuldade para escoar a safra, o que faz com que o preço aumente.
O clima também influenciou nos valores dos hortifrutis. Entre os cinco produtos com maiores altas, quatro se encaixam neste grupo. O quilo da batata teve um aumento de 65,42% (chegando aos R$ 9,12). O quilo da laranja teve aumento de 42,09% (alcançando R$ 5,77). O quilo da banana teve o valor aumentado em 36,28% (chegando aos R$ 7,33) e o quilo da cebola chegou aos R$ 6,98 (aumento de 34,45%).
“Frutas, verduras e legumes, por conta de estarmos em uma época em que o verão está influenciando demais a produção, o transporte, o armazenamento e o comércio dos alimentos frescos, que os que mais sofrem com isso (os produtos estão mais caros). Então percebemos uma alta geral para todo esse grupo de alimentos. Isso acontece aliado á um momento em que as pessoas estão consumindo mais frutas, verduras e legumes, em sucos e saladas”, seguiu Fábio.
A expectativa é que a pesquisa referente ao mês março siga um caminho parecido, pois o outono só começa no dia 20. E ainda há uma influência da Semana Santa e da Páscoa nos preços dos alimentos.