A Craisa (Companhia Regional de Abastecimento de Santo André) divulgou nesta segunda-feira (22/01) os números finais sobre o preço médio da cesta básica na região em 2023. Pela segunda vez em 23 anos, o valor foi menor do que no ano anterior. A queda foi de 2,27%, alcançando os R$ 1.063,64. O engenheiro agrônomo da autarquia, Fábio Vezzá de Benedetto, considera que houve uma superação de um cenário complicado em relação as mudanças climáticas e as guerras.
“Um momento superdifícil. Uma crise ambiental com extremos climáticos interferindo de maneira severa na produção de alimentos. Com guerras importantes em todos o mundo e que também tiveram influência no preço dos alimentos, por conta dos fertilizantes. Eu acho que diante daquela preocupação de 2022 com o preço dos alimentos e o que isso provoca na vida da população, principalmente de baixa renda, acho que os esforços para tentar controlar os preços dos alimentos mais básicos foram, de certa forma, frutíferos”, disse Fábio ao RDtv.
No lado negativo o que chamou a atenção foi o aumento dos valores dos produtos de higiene e limpeza. O sabão em pó terminou com a maior alta. O preço do quilo aumentou 54,96%. Neste caso, o aumento ocorreu mesmo com a percepção da redução das embalagens que ficaram com apenas 800g. O mesmo ocorreu com o sabão em barra (pacote de 5 unidades) que aumentou 44,04%. E o pacote de 12 rolos de papel higiênico subiu 33,8%.
As mudanças nos pesos dos produtos, a chamada reduflação, virou um dos principais desafios dos pesquisadores, pois a redução do peso ocorre durante o ano. Para que não ocorra um problema, um cálculo levando em conta o peso padrão é realizado para que o estudo não tenha alterações.
Outro ponto que chamou a atenção foi o aumento do preço do arroz que subiu 15,83%. Segundo Fábio, as fortes chuvas que estão caindo na região sul prejudicaram as safras. Como existe a expectativa de continuidade destes temporais, a tendência é que em 2024 o aumento do valor deste produto ainda ocorra.
Entre os produtos que apresentaram a maior queda estão o óleo de soja (900ml) com -27,43%, o quilo da cebola (-19.77%) e o pacote de café (500g) com -10,9%. O quilo da carne bovina de 2ª também caiu, 8,08%. A carne bovina de 1ª caiu 5,98%. O Frango caiu 3,66%.
Com a continuidade das guerras e as mudanças climáticas, Fábio considera que o desafio para o preço dos alimentos siga o mesmo. Porém, a ideia da Craisa é ampliar um pouco a lista incluindo, por exemplo, a carne suína, e por outro lado a pesquisa realizada no chamado atacarejo.
Confira abaixo todos os valores da pesquisa da Craisa: