População relata abandono e falta de investimentos em parques do ABC

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A falta de conservação de parques da região tem gerado insatisfação em parte da população, que aponta cenários de abandono e problemas estruturais que se repetem nas cidades do ABC. Quem frequenta o Parque Municipal Profº Luiz Grecco, antigo Pérola da Serra, em Ribeirão Pires, por exemplo, diz que o local está tomado pelo matagal e segue sem investimentos por parte do poder público.

Ricardo Bruini, morador da região, comenta que somente o casarão e a área ao redor do parque estão bem cuidados. “Todo o restante, inclusive escadarias e área de caminhada, segue sem cuidado nenhum”, afirma. Segundo o reclamante, até mesmo a parte de baixo do parque, onde está situado o “Bike Park” está largado, e a pista de caminhada segue sem mínima condição de uso por parte dos frequentadores.

Quem utilizava o parque ao menos uma vez na semana, confirma a informação. “Da última vez que fui, em meados de outubro de 2022, já notei que o parque estava abandonado. Faltava segurança, limpeza e manutenção, principalmente na pista de caminhada, que sequer dava para andar, por conta do mato”, diz Thaís Feitoza, 32, moradora do Parque Aliança. Em razão da falta de manutenção e serviços de zeladoria no parque, a munícipe conta que tem feito caminhadas no próprio bairro. “É triste ver um parque tão bonito largado desse jeito, porque afasta não só quem vive aqui, mas também quem vem de fora visitar a cidade”, diz.

Os reclamantes apontam, ainda, outros problemas estruturais do parque, entre eles o abandono do lago e da gruta. “O lago está totalmente verde e mau cheiroso, nem dá pra chegar perto. Já a gruta está toda pichada, abandonada”, diz Bruini. Thaís ainda acrescenta: “Quem frequenta o parque hoje em dia não sente qualquer tipo de segurança em estar lá dentro, justamente por ver esse cenário de abandono. Precisam ter mais atenção no cuidado desses locais, e não pensar só na área comercial da cidade”, salienta.

Na cidade ao lado, em Mauá, o cenário de abandono se repete, mas no Parque Ecológico Guapituba. Quem frequenta o parque comenta que o local está com aspecto de abandono desde a gestão passada, e também segue sem investimentos por parte do poder público. “A pista de caminhada do parque já não existe, porque o mato tomou conta, e não há sequer qualquer tipo de restauração”, reclama Ana Macedo Tosatto, moradora e bióloga da cidade.

O espaço infantil e de ginástica são outros pontos apontados pela reclamante que também estão deteriorados e seguem, há anos, sem restauração. “Tantas coisas poderiam ser aproveitadas naquele parque, mas não tem condição, está tudo deteriorado, abandonado”, diz. Ana aponta, ainda, que o parque possui fauna rica em aracnídeos e aves conforme levantamento do Instituto Butantã, e mais atividades poderiam ser desenvolvidas e exploradas no espaço. “Temos uma região rica em árvores nativas, nascente de água, mas sequer dá para enxergar isso. Apesar da natureza esplêndida, o poder público não tem vontade de olhar para o parque”, relata.

Em nota, as prefeituras de Ribeirão Pires e Mauá informam manter as manutenções dos espaços conforme cronograma. O Parque Municipal Profº Luiz Carlos Grecco recebe manutenção de pequeno porte as 3ª feiras, com equipe própria da Secretaria de Turismo e manutenção de grande porte pela equipe de zeladoria. Já a segurança/ronda do local é feita pela GCM (Guarda Civil Municipal). Para atender melhor a população, a Prefeitura de Mauá planeja, ainda, reestruturar o Parque Ecológico Guapituba, além do Parque da Juventude. Dentro do processo de revitalização do equipamento consta a retomada e reconstrução de trilhas.

Mais parques

Na contramão, Diadema que já possui cinco parques municipais: (Parque do Paço, Parque Takebe, Parque Ecológico Eldorado, Parque Saned e Parque Regional Oeste) planeja implementar outros dois parques na cidade até abril de 2024. No projeto constam a instalação do Parque Linear Eldorado, que vai se estender ao longo da margem da Represa Billings e o Parque Miguel Reale, no bairro Serraria, em frente à Igreja Nossa Senhora das Graças.

Outra mudança apontada pela administração municipal é a expansão da instalação de espaços pet nos parques municipais da cidade até o final de 2023, uma vez que somente o Parque Takebe conta com “Pet Park”, que permite a entrada de animais de estimação acompanhado de seus tutores.

Em Santo André também há investimentos previstos este ano, entre eles o Hospital Veterinário Municipal no Parque Central, o Pet Parque Central e a revitalização das quadras do Parque Central. A entrega mais próxima é das quadras no Parque Central, que passam por revitalização, importante para o lazer da população que pratica esporte. A previsão é para este mês de abril.