O Banco Central registrou no primeiro semestre do ano passado 739.145 indícios de crimes que envolviam transferências a partir do Pix, o número era 2.818% maior do que o registro no mesmo período de 2021. Para dar dicas sobre como evitar esse tipo de situação, o RDtv entrevistou nesta segunda-feira (03/04) o advogado Bruno Valim, dirigente do Procon Maué e membro da Diretoria Executiva da Associação Procons Paulistas, que também relatou sobre outros problemas que chegam até a instituição.
Valim relatou que existe uma série de relatos de fraudes bancárias que ocorrem todos os dias e que são registrados pelos órgãos de segurança e pelo próprio Procon. Porém, a agilidade dos criminosos chama a atenção neste processo.
“Elas (fraudes bancárias) acontecem todos os dias, é um problema crônico na nossa sociedade, uma sociedade com uma transmissão muito rápida de informações. E nós temos um problema que essa engenharia social é muito ágil, muito dinâmica. Então, quando um golpe chega no Procon, chega no Judiciário os golpistas já inventaram muitos outros. Então, estamos sempre atrasados em relação a essa máquina perigosa por trás das fraudes”, explicou.
Entre os principais problemas está o golpe do Pix. A vítima recebe algum contato, que finge ser de uma instituição bancária, afirmando que foi realizada uma transferência indevida para a sua conta. Assim é pedida a “devolução” do dinheiro. Muitas pessoas acabam enganadas e acabam entregando o valor pedido para o golpista.
O advogado deu três dicas simples para evitar esse tipo de ação. A primeira é verificar o extrato bancário, confirmar se realmente houve uma transferência de valores para a sua conta sem qualquer aviso prévio. Segundo, desligue o telefone, evite seguir com a conversa com o golpista. E terceiro, verifique o canal oficial da instituição bancária, entre em contato e verifique se realmente foi realizada alguma movimentação indevida.
Outro golpe que ocorre é do aplicativo fantasma. A pessoa faz o download de um aplicativo em seu celular, sem verificar a procedência do software e acaba tendo dados roubados. Neste caso, as dicas são de desligar o celular, retirar o chip e entrar em contato com a Polícia Civil para falar sobre o suposto golpe.
Bruno Valim também relata alguns pontos para se prestar atenção nas compras pela internet. O advogado pede para que se verifique todos os dados da empresa em que a compra é realizada. “Se for por boleto o pagamento, verifique os números. Os primeiros dígitos tem relação com o número da instituição na Febraban (Federação Brasileiras dos Bancos). Os últimos dígitos são sobre o valor da compra, é importante olhar para garantir a lisura na compra”, explicou.