Medical Health faz parceria com rede de saúde e quer superar crise em 2 meses

Relacionadas

ANS esclarece novas regras por inadimplência para planos de saúde

03/12/2024

Justiça é alternativa viável para o acesso aos medicamentos de alto custo

02/12/2024

Diadema permanece sem energia em ao menos 110 pontos da cidade

13/10/2024

Quem paga o plano de saúde de Marcos Oliveira, o Beiçola?

13/09/2024

Paciente em tratamento de câncer não tem amparo do convênio nem com liminar

09/09/2024

Gabriel Milito fala em ‘crise preocupante’ no Atlético-MG após derrota para o Fluminense

25/08/2024

Dentro do seu plano de recuperação financeira a Medical Health celebrou esse mês uma parceria com a Rede Gama, que vai garantir a retomada das consultas e exames. Os atendimentos pela rede tiveram início na terça-feira (07/03), conforme explicou a advogada da operadora de saúde, Ana Lia Rodrigues de Souza. O plano de saúde passa, desde o final do ano passado, por uma grande crise que culminou com o encerramento de contrato com as prefeituras de São Caetano e Mauá. Problemas no atendimento, descredenciamento de clínicas e dificuldade para a realização de exames e cirurgias, levaram as duas cidades a romperem o contrato com a operadora. Após o fim destes contratos a operadora deu início a uma demissão em massa.

Segundo Ana Lia essa parceria com a Rede Gama, não significa a transferência da carteira de clientes, mas uma terceirização do atendimento como forma de diminuir a enxurrada de reclamações de atendimento, dar conta do fluxo de consultas e exames e, a partir daí, recuperar a credibilidade do mercado para voltar a comercializar planos de saúde. Enquanto vigoravam os contratos com as duas prefeituras do ABC, no ano passado, a Medical Health tinha 22 mil vidas asseguradas, hoje tem cerca de 8 mil, segundo cálculos da empresa.

“Por conta das dificuldades e de não conseguir atender aos pacientes assinamos esse contrato com a Rede Gama que vai prestar todo o serviço que precisamos até normalizar os atendimentos. Depois podemos colocar o comercial para trazer mais clientes, pois a Medical Health não está impedida de comercializar planos”, disse a advogada. “Aí vão começar a entrar mais vidas na rede, há uma oxigenação, mas ainda esperamos essa  instabilidade de atendimentos. O resultado só deve vir dentro de dois meses”.

Além das clínicas e laboratórios da Rede Gama, os clientes da Medical Health ainda têm outras opções. “Ainda temos um ambulatório na rua Siqueira Campos (Santo André) atendendo, há médicos e equipes trabalhando por lá e temos algumas clínicas credenciadas, além da Rede Gama”, diz Ana Lia. Para usar a Rede Gama os clientes não precisarão trocar carteirinha e o atendimento seguirá como se fosse em uma clínica credenciada. “Os clientes são nossos, não vendemos a carteira, foi feita uma terceirização do atendimento”.

A operadora sustenta que os problemas foram causados por má gestão de um diretor executivo que foi nomeado em 2021. De acordo com Ana Lia esse diretor mexeu muito com as finanças, fez contratações com altos salários, mudou a sede da empresa para um prédio na rua das Figueiras, região nobre de Santo André e esse dispêndio teria desencadeado a crise. “Ele fez na Medical igual ao que aconteceu com a Americanas, ou seja, foi má gestão. Quando os donos viram o que estava acontecendo o afastaram. A ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) indisponibilizou o CPF dele”, aponta a advogada que disse ainda que não há um levantamento do rombo deixado pelo executivo. “Ainda estamos contabilizando o prejuízo”.

Apesar de ter perdido contratos com duas administrações municipais no ABC, a Medical Health não descarta voltar a participar de licitações. Em São Caetano as portas estão fechadas, pois a administração, durante a vigência do contrato chegou a multar a operadora em R$ 2,3 milhões e encerrou o contrato em dezembro, impondo o impedimento de contratar com o poder público municipal por dois anos. “Estamos buscando pessoas jurídicas para entrar e, se tiverem novas licitações, vamos buscar também. O problema que tivemos foi de má gestão, antes disso acontecer não tínhamos problemas, na esfera trabalhista, por exemplo, eu tinha dois processos no ano passado, hoje tenho 130”, enumera a advogada.

Cerca de 200 trabalhadores da empresa foram demitidos entre novembro de 2022 e janeiro deste ano. O SindSaúdeABC (Sindicato dos Empregados dos Estabelecimentos Privados de Saúde do ABC) já realizou assembleia com os ex-funcionários e reunião com a direção da empresa. O presidente do sindicato, Almir Rogério, o Mizito, disse que o jurídico da entidade está assistindo os trabalhadores que entraram com processos individuais. Ele disse ainda que pretende chamar a empresa novamente para uma nova conversa.