Diadema é a única cidade da região com profissionais ou estudantes de educação física para para auxiliar usuários de academias ao ar livre, disponíveis em muitas praças e parques para a população se exercitar. Nas cidades essas academias podem ser utilizadas por todos. Em cada local há placas, com orientações, de como utilizar os aparelhos para fazer os exercícios.
Em Diadema, profissionais de Educação Física e estagiários fazem monitoramento de aulas abertas de ginástica, caminhadas e orientações de uso dos aparelhos.
Maria Cláudia Vanicola, professora do curso de Educação Física da USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul), diz que a falta de informações e sem as orientações adequadas pode levar à realização errada dos exercícios, seja com um número grande de repetições ou realizá-lo em uma velocidade inadequada. “Além disto, se o praticante possuir lesões ou dores, como dores na lombar, o profissional de educação física poderia explicar em qual amplitude realizar algum movimento e quais não realizar, por exemplo, evitando a piora na lesão já existente”, explica.
Áide Nessi, professora de Educação Física da Universidade São Judas, campus São Bernardo, afirma que apesar da necessidade de inclusão de profissionais nestas academias, é raro ver algum nestes locais. “A justificativa dos órgãos públicos para não colocar uma pessoa capacitada para auxiliar os munícipes, é pelo fato de existirem placas informativas com figuras que mostram como utilizar os aparelhos, mas existem pessoas que não têm essa visão para entender as figuras, acabam fazendo errado e até se machucando”, diz.
Mas apesar do risco de lesões, as professoras apontam benefícios obtidos com a gratuidade para todos saírem do sedentarismo. “Se bem utilizadas, estas academias podem gerar benefícios ao praticante, pois aumenta o nível de condicionamento físico e melhora a capacidade física relacionada à saúde, como a resistência aeróbica, a força e a mobilidade articular. Estas capacidades estão relacionadas com o sistema cardiorrespiratório e musculoesquelético, podendo levar a diminuição de doenças crônicas degenerativas e mantendo a capacidade funcional do indivíduo”, diz Maria Cláudia.
Ibrahim Rayek, coordenador do curso de Educação Física da Universidade Metodista, em São Bernardo, sugere as prefeituras a utilizarem estudantes para ajudar e orientar a população a forma correta de realizar exercícios nas academias livres. “Seria interessante para os usuários das academias, que tomam gosto pelo exercício físico e melhoram a saúde, e para o estudante que ganha opções de estágio”, afirma o professor da Metodista.
Prefeituras
São Caetano conta com cinco academias ao ar livre em praças e parques públicos, mas não oferece monitoramento de quem pratica as atividades físicas por parte de educadores físicos. Questionada, diz apenas que faz manutenção dos equipamentos. “Os serviços de manutenção dependem da quebra do equipamento, como troca de peças, pintura, lubrificação. Portanto, são pontuais. Os equipamentos são Barra Alta Giratória, Pranchas Lateral e Vertical, Bicicleta e Remador, entre outros”, informa.
Santo André possui 84 espaços públicos (áreas verdes) equipados com academias ao ar livre e também não conta com monitoramento de quem pratica as atividades físicas por parte de educadores físicos.
Procuradas, as Prefeituras de Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra não se manifestaram até o fechamento desta reportagem.