Filha busca notícias dos pais, desaparecidos no deslizamento em Barra do Sahy

Casal morava na Vila Sahy, em Barra do Sahy, o local mais atingido pela catástrofe que já deixou ao menos 44 mortos em toda a região (Foto: Divulgação)

Moradora de Jundiaí, no interior de São Paulo, Thallita Cristiane Rodrigues Silveira usou as redes sociais em busca de notícias de seus pais, Mário Rodrigues Silveira e Neusa Luis Rodrigues Silveira, desaparecidos na tragédia das chuvas, em São Sebastião, no litoral norte do Estado de São Paulo. O casal morava na Vila Sahy, em Barra do Sahy, o local mais atingido pela catástrofe que já deixou ao menos 44 mortos em toda a região.

A casa do casal foi atingida e soterrada pelo grande deslizamento da encosta da serra, na madrugada de domingo (19/2). “Infelizmente, estamos vivendo um momento de muita tristeza e apreensão, pois não temos notícia deles”, disse Thallita à reportagem.

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Pelo tempo que já passou, ela tem pouca esperança de que seus pais sejam encontrados com vida. “Meus irmãos moram lá, porém era no Piavu (bairro da Praia de Camburi), que não foi atingido. Eles estão nas buscas desde domingo. Hoje (terça) conseguimos contato e eles disseram que só vão sair de lá com os corpos dos nossos pais”, disse.

Na angústia da espera por notícias, Thallita encontrou forças para mobilizar as redes sociais em busca de doações para as famílias que estão desabrigadas na Vila Sahy. “A comunidade toda está sofrendo e o que podemos fazer nessa hora é ajudar com doações. Estou pedindo que façam doações ao Instituto Verdescola, que está acolhendo todo mundo lá”, disse.

A dona de casa Alania Leoncio de Araujo era vizinha e amiga dos pais de Thallita. Ela conta que a casa dos vizinhos foi destruída e que provavelmente o casal estava dormindo. “Antes de tudo acontecer, a Neusa me disse que seu Mário estava acamado. A casa deles foi embora, ficou tudo soterrado. A minha, por sorte, ficou em pé, mas está toda cheia de lama. Perdi tudo, mas posso me considerar com sorte, pois minha família toda escapou”, disse.

Na manhã desta terça, ela e sete familiares – pai, mãe, seu marido, três filhos e uma neta – estavam abrigados na casa de um conhecido, em Barra do Sahy.

“Minha casa está em pé, mas não quero voltar para lá. Perdi amigos, vizinhos, é muito triste. Como vai ser a vida lá a cada chuva? Eu estou com medo, meus filhos estão com medo. A gente quer ir para um lugar que seja mais seguro”, disse.

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