PT pede revisão de metas de inflação, queda da Selic e convocação de Campos Neto

O Partido dos Trabalhadores (PT) divulgou nesta quinta-feira, 16, a resolução do Diretório Nacional carregada de críticas à política monetária do País. No documento, espécie de orientação para a postura dos filiados, defende a revisão das metas de inflação, corte da taxa básica de juros do País e a “convocação” do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, pelo Congresso Nacional.

Com a autonomia do BC, contudo, o presidente da autarquia perdeu o status de ministro e, assim, não pode ser convocado por parlamentares, mas apenas convidado.

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A reportagem questionou na manhã desta quinta uma fonte do PT sobre o uso do termo, e houve o reconhecimento de que “convocar” tem sentido mais político do que prático – até porque a resolução, por si só, é apenas uma orientação para a bancada e não tem valor legal.

Para o Diretório Nacional do PT, é possível cortar os juros porque a inflação do Brasil não seria de demanda. “Economistas renomados questionam duramente essa política de juros altos e, mais ainda: criticam a maneira leviana e inverídica de justificar essa política de juros altos ao brandir com o temor da inflação, que sabidamente não é uma inflação de demanda, mas sim tem a ver com as consequências da pandemia e a guerra na Ucrânia”, diz o texto.

“O programa de governo apresentado pelo Presidente Lula, aprovado nas urnas e constantemente reiterado pelo próprio presidente, prevê uma política econômica que permita o crescimento econômico, por isso é essencial a queda nas taxas de juros praticadas pelo Banco Central bem como a revisão das metas de inflação”, segue o PT.

O documento não faz, contudo, qualquer menção nominal ao presidente do BC. Como antecipou na quarta-feira a reportagem, o PT notou um salto nas buscas sobre “quem é Campos Neto” nos serviços de buscas na internet, e agora quer “despersonificar” as críticas e focar na política de juros.

Além disso, o partido vai tomar a frente da artilharia para evitar o desgaste do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que até então vocalizava os ataques.

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