A campanha Fevereiro Roxo visa conscientizar a população sobre algumas doenças, entre elas, o Alzheimer, doença degenerativa que atinge os neurônios responsáveis pela memória. Em entrevista ao RDtv na última sexta-feira (10/02), a professora de Neurologia e coordenadora do Ambulatório de Movimento do Centro Universitário Faculdade de Medicina do ABC, Margarete de Jesus Carvalho, explicou os principais fatores que levam a evolução desta enfermidade.
Segundo a especialista, existem dados que apontam que a cada cinco anos após a pessoa completar 65 anos de idade, existe uma chance maior de incidência de lesões nesta área do cérebro e que causa está doença. E o fato de o Brasil ter um aumento na expectativa de vida da população (segundo IBGE, em 2022, chegou a 77 anos), existe uma preocupação maior com o número de casos.
A Organização Mundial de Saúde estima que 55 milhões de pessoas no mundo vivam com algum tipo de demência. Dentro deste grupo, sete a cada 10 estão com a doença de Alzheimer. Até 2022, segundo dados do Ministério da Saúde, 1,2 milhão de brasileiros já contavam com este diagnóstico e que a cada ano 100 mil pessoas entram nesta lista.
Margarete aponta alguns fatores que possam levar a pessoa a ter um caso mais grave desta doença, que não tem cura. “Quem tem pai ou mãe com a doença de Alzheimer tem 20% a 30% de risco aumentado em relação a uma pessoa que não tem pai ou mãe com a demência. Existe um estágio chamado Alzheimer Familiar que pode apresentar sintomas em uma pessoa entre os 40 e 50 anos, mas este é um caso mais raro, atinge menos de 1%”.
Além dos fatores genéticos, os principais pontos estão ligados a falta de exercício físico, má alimentação e a falta de hábito de exercícios para o cérebro como a leitura de livros e até mesmo a convivência social. Margarete apontou um aumento do número de casos de demência durante o período da pandemia do Covid-19, devido ao necessário distanciamento social.
A especialista recomenda que a pessoa tem o hábito de realizar exercícios físicos, que possa ler muito, principalmente livros, e que não se isole do restante da sociedade. A médica aponta que tais fatores podem reduzir as chances de uma forma mais grave da doença e assim possa dar uma qualidade de vida caso ocorra o diagnóstico.
Sobre os sintomas, Margarete pede atenção sobre uma possível frequência de lapsos de memória ou mesmo esquecimentos do dia, principalmente para pessoas a partir dos 65 anos. Caso isso ocorra, é recomendado uma consulta com um clínico geral que pode fazer as primeiras indicações de exames para que seja definido um diagnóstico.