O núcleo habitacional Vila Nova Conquista, também conhecido como Favela da Coca, em Diadema, é palco de pancadões praticamente todos os dias da semana e os moradores sofrem com o barulho, a insegurança e até a privação do direito de ir e vir, já que as ruas apertadas do núcleo ficam tomadas por barracas, carros com som alto e muitas pessoas. As festas de rua, que em outros lugares ficam restritas aos fins de semana, na Coca ocorrem praticamente todos os dias e a população diz não encontrar apoio na prefeitura e na Polícia Militar.
Os moradores contam que as ruas da Glória e adjacentes ficam ocupadas de pessoas bebendo e ouvindo música muito alta que sai dos falantes instalados nos veículos. “As barracas ocupam as ruas e nenhum carro consegue passar, é uma zoeira de motos e muita fumaça de gente fumando narguilé. A gente fica doente porque não dorme, não respira direito não tem direito ao sossego. Eles ficam com essa bagunça a noite inteira e a madrugada, quando as pessoas estão saindo para trabalhar as 5h da manhã eles ainda estão por lá. É isso todo dia, só não acontece quando chove”, diz um morador que pediu para que seu nome não fosse revelado.
Outro morador, vive há cerca de 20 anos no local, diz que os problemas sociais no núcleo são bem conhecidos, mas o pancadão é coisa dos última anos. Ele relata que costuma ligar para a PM pedindo apoio, mas que a polícia chega e nada faz. Chamadas à GCM (Guarda Civil Municipal) também são feitas e até com algum resultado, mas temporário. “Como a prefeitura já multou alguns comércios, quando a Guarda chega eles abaixam as portas, o pessoal da rua se dispersa nas vielas e o carro de som abaixa a tampa onde ficam os falantes e também muda de lugar, mas é só a viatura sair que começa tudo de novo”, lamenta o morador.
“Plena terça-feira ninguém consegue descansar, não se consegue nem ver uma Tv. Não se respeita lei nenhuma por aqui. A gente não tem apoio da prefeitura ou da polícia”, lamenta outra moradora.
Em uma curta nota enviada ao RD, a prefeitura de Diadema falou apenas das ações que já ocorreram na favela neste ano, mas não apontou como pretende trazer de volta o sossego aos moradores. “O referido local está sob monitoramento da fiscalização da prefeitura e nele já foram realizadas quatro ações de fiscalização, que resultaram em estabelecimentos notificados e multados. Na mesma área aconteceu uma Ação Integrada de Fiscalização em que fiscais do Departamento de Desenvolvimento Urbano notificaram estabelecimento por falta de licenciamento para atividade comercial”, disse a prefeitura.
A Polícia Militar também foi consultada, mas não respondeu até o fechamento desta matéria. O espaço fica aberto e a matéria será atualizada assim que a corporação se manifestar.