Chacina no DF: polícia encontra mais 3 corpos de possíveis vítimas

A Policia Civil do Distrito Federal (PCDF) encontrou mais três corpos na madrugada desta terça-feira, 24, que podem estar relacionados com o caso do desaparecimento de dez pessoas na região, incluindo da cabeleireira Elizamar Silva, de 39 anos, que já teve o corpo identificado.

Desta vez, os corpos foram encontrados dentro de uma cisterna (reservatório para captar água), perto da casa abandonada onde duas vítimas teriam sido mantidas em cativeiro antes de serem mortas, em Planaltina, no Distrito Federal.

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Segundo o delegado-chefe da 6ª DP (Paranoá), que investiga o caso, Ricardo Viana, os corpos são de duas mulheres (uma adolescente) e de um homem. Ainda não foram identificados, mas provavelmente são de três pessoas que estavam desaparecidas.

“Ainda precisamos do laudo para confirmar as identidades, mas eles batem com a descrição e o sexo das pessoas que estavam sendo procuradas. Há indícios que são Thiago, Cláudia e a filha dela, Ana Beatriz. Mas só podemos confirmar após receber o laudo pericial”, disse o delegado.

Um boletim de ocorrência registrado na 2.ª DP do DF no dia 17 de janeiro aponta que Cláudia Regina Marques de Oliveira e Ana Beatriz Marques de Oliveira foram vistas pela última vez no dia 13 de janeiro.

Cláudia e Ana são, respectivamente, ex-esposa e filha de Marcos Antônio Lopes de Oliveira, de 54 anos, sogro de Elizamar, cujo corpo foi encontrado em uma casa em Planaltina, Goiás, que serviu de cativeiro para alguns integrantes da família, e identificado em 19 de janeiro.

Assim como as duas mulheres, até a confirmação do laudo, Thiago Gabriel Belchior de Oliveira, de 30 anos, marido de Elizamar e filho de Marcos, continua desaparecido.

Início do caso

A cabeleireira Elizamar foi vista pela última vez no dia 12 de janeiro. Junto com três filhos menores do casal – um menino de 7 anos e os gêmeos de 6 anos -, ela foi à cidade de Paranoá para se encontrar com Thiago, que estava na casa dos pais dele.

No dia seguinte, o carro de Elizamar foi encontrado carbonizado com quatro corpos dentro, em Cristalina, Goiás. Por meio de exames de DNA e da arcada dentária foram identificados os corpos da cabeleireira e dos três filhos, Rafael e Rafaela, de 6 anos, e Gabriel, de 7 anos, em 19 de janeiro.

No dia 18 de janeiro, um corpo foi encontrado esquartejado na casa em Planaltina que teria servido de cativeiro para parte da família. Após a identificação também no dia 19, a polícia divulgou que se tratava de Marcos Antônio, sogro de Elizamar e pai do Thiago.

No dia 14 de janeiro, o carro de Marcos Antônio, pai de Thiago, também foi encontrado carbonizado com mais dois corpos dentro, na cidade de Unaí, em Minas Gerais. A polícia aguarda o resultado dos exames de DNA. Há indícios de que os restos mortais são de Renata Juliene Belchior, de 52 anos, sogra de Elizamar e mãe do Thiago, e de Gabriela Belchior de Oliveira, de 25 anos, cunhada de Elizamar e irmã do Thiago, desaparecidas no mesmo dia.

Renata Juliene Belchior, de 52 anos (sogra de Elizamar e mãe do Thiago).
Gabriela Belchior de Oliveira, de 25 anos (cunhada de Elizamar e irmã do Thiago).

A polícia aguarda também o laudo para verificar se os três corpos encontrados na madrugada desta terça-feira são das últimas três pessoas desaparecidas.

Prisões

No dia 17 de janeiro, a PCDF prendeu Horácio Barbosa, Gideon Batista de Menezes e Fabrício Silva Canhedo pelos crimes de extorsão qualificada pelo resultado morte e associação criminosa.

Segundo a polícia do DF, eles teriam recebido R$ 100 mil pelos crimes e Horácio indicou a participação de Thiago e Marcos nas mortes. Havia ainda a suspeita de que eles teriam fugido com a ex-mulher de Marcos e a filha deles. Assim como Thiago, as duas também estão na lista de desaparecidos.

No dia seguinte, 18, foi confirmada a prisão de mais um envolvido. Trata-se de um homem de 34 anos, que teria participado da vigilância das vítimas, enquanto estas eram mantidas em cárcere em Planaltina, também no Distrito Federal.

A divergência entre os grupos teve início com as linhas investigativas. Enquanto a PCDF seguia apurando fatos do testemunho de Horácio Barbosa de que os crimes tinham sido encomendados por Marcos Antônio e Thiago, a PC de Goiás acreditava na tese de sequestro ou falso sequestro e que todos estariam mortos. A identificação do corpo de Marcos Antônio reforçou a tese da polícia goiana.

Um quarto suspeito chamado Carlomam dos Santos Nogueira ainda é procurado pela polícia por envolvimento no crime.

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