Dólar ganha força com política no radar, após abrir em queda com exterior

Moeda americana exibe baixa discreta ante varias divisas emergentes (Foto: Freepik)

O dólar ganhou um pouco de força ante o real e registrou máxima a R$ 5,3297 no mercado à vista na manhã desta terça-feira (25/10). Os investidores seguem atentos à disputa eleitoral. Mais cedo, foi monitorado o resultado do IPCA-15 de outubro, acima da mediana do mercado, e os investidores olham ainda o dólar mais fraco no exterior em meio a recuo dos retornos dos Treasuries.

O Índice DXY do dólar ante seis moedas principais estava praticamente estável há pouco. E a moeda americana exibe baixa discreta ante varias divisas emergentes e ligadas a commodities.

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Pesquisa Ipec, coletada entre sábado e segunda-feira e ainda sem captar totalmente o impacto do episódio Roberto Jefferson, mostra Lula com 50% das intenções de voto e Bolsonaro com 43% dos votos totais. Nos votos válidos, Lula tem 54% e Bolsonaro, 46%.

O cientista político Fernando Abrucio disse na segunda-feira ao Broadcast Político que a Ipec mostra quadro consolidado e que dificilmente será revertido em cinco dias.

Um dia após se reunir com economistas de viés liberal, como o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, Lula voltou a atacar o teto de gastos, o qual definiu como uma “pressão do mercado financeiro”. Apesar das críticas à âncora fiscal, ele reforçou que a responsabilidade fiscal “está dentro da concepção de governo que tenho”.

Os investidores monitoraram também o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), que registrou alta de 0,16% em outubro, após ter recuado 0,37% em setembro, informou há pouco o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O indicador não muda o cenário já bem precificado de manutenção da Selic em 13,75% ao ano amanhã, segundo dia de reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).

O resultado do IPCA-15 ficou acima da mediana (0,09%) das estimativas dos analistas do mercado financeiro consultados pelo Projeções Broadcast, que esperavam desde uma queda de 0,30% a uma alta de 0,22%. O indicador acumula, agora, um aumento de 4,80% no ano. A taxa em 12 meses ficou em 6,85%acima da mediana de 6,78%.

A agenda do dia traz ainda a arrecadação federal de setembro (10h30) e o leilão de NTN-B e LFT (11h00), que deve ter uma demanda menor, segundo um trader, após a prisão de Roberto Jefferson.

Ontem, o dólar subiu a R$ 5,3029, diante da maior aversão a risco com o cenário eleitoral a cinco dias do segundo turno das eleições, especialmente após o episódio Roberto Jefferson, aliado de Jair Bolsonaro, preso por quatro tentativas de homicídio, após descumprir medidas cautelares para ficar em prisão domiciliar e também atacar a ministra do STF, Carmem Lúcia, com xingamentos de baixo calão.

A confiança do consumidor caiu 0,4 ponto em outubro ante setembro, na série com ajuste sazonal. O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) ficou em 88,6 pontos. Em médias móveis trimestrais, o índice avançou 3,0 pontos.

O IPC-S da terceira quadrissemana de outubro avançou em todas as sete capitais pesquisadas. Entre a segunda e a terceira leitura do mês, o índice teve alta de 0,62%.

Às 9h35, o dólar à vista subia 0,46%, a R$ 5,3272. O dólar novembro subia 0,43%, a R$ 5,3305.

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