A cada dia as soluções de videomonitoramento se tornam mais importantes no contexto de segurança pública. Os sistemas que antes tinham seu uso baseado somente na questão da mobilidade, agora ganham forma reativa no monitoramento de ocorrências, como roubos, furtos e sinistros, na tentativa de captar evidências do crime. No entanto, no ABC somente Santo André e São Bernardo têm investido no tipo de tecnologia.
Com pouco mais de 4,5 mil casos de roubo registrados na cidade, Santo André passa a contar, a partir de novembro, com o sistema de “Muralha Eletrônica”, composto por 25 câmeras de segurança espalhadas pela cidade, a fim de reduzir os índices de criminalidade e ampliar a efetividade de ações implementadas pelo Detecta e o Córtex.
O principal objetivo é contribuir na identificação de carros roubados, furtados ou que estão em situação irregular, com pontos de videomonitoramento nas principais entradas e saídas do município, no limite com outras cidades, como Mauá e São Bernardo. Quem ficará responsável pelas imagens e por identificar os suspeitos são as equipes de trânsito e de segurança, via COI (Centro de Operações Integradas).
Em São Bernardo, existe o CIM (Centro Integrado de Monitoramento), que concentra ações da GCM (Guarda Civil Municipal), SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), Departamento de Trânsito e Defesa Civil. Atualmente são 400 câmeras espalhadas pelo município para ajudar a prevenir a violência e possibilitar atuações em flagrante. Mas, com pouco mais de 4,1 mil casos de roubo registrados no município também este ano, a Prefeitura diz “aguardar aprovação de financiamento, junto ao governo federal”, para revitalizar o CIM e ampliar o total para mil câmeras.
Em São Caetano, o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências) capta imagens das ruas diuturnamente pelos mais de 20 monitores, que ao avistarem qualquer anormalidade acionam as forças de segurança. O CGE auxilia as Forças de Segurança da cidade na fiscalização de comportamentos suspeitos e prisões em flagrantes.
Quem vê os investimentos com bons olhos é David Siena, coordenador do Observatório de Segurança Pública da USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul). Siena afirma que a tecnologia “compensa o preço”, uma vez que o sistema possibilita o cercamento eletrônico de toda a cidade e reduz os índices de criminalidade. “São equipamentos que não vão substituir nunca um policial, mas que funcionam 24h na cidade, algo que ser humano nenhum consegue fazer e que possibilita um monitoramento em tempo integral na cidade”, diz.
Com o sistema instalado nas cidades, Siena considera que é importante a capacitação de profissionais para atuarem com a tecnologia. “O ser humano é insubstituível, então claro que até para esses sistemas de videomonitoramento você precisa de um pessoal bem treinado, um olhar certeiro, que domine o equipamento, alguém que saiba mexer em software, é um investimento que precisa ser feito”, afirma.
Abandono de sistema
Apesar da importância do sistema para o combate e redução de índices de criminalidade, a Prefeitura de Diadema relata que houve “abandono” do sistema de videomonitoramento na cidade na última gestão. Em razão disso, a administração diz elaborar projeto de construção do novo “Centro de Videomonitoramento”, que segue processo de implantação. “Infelizmente, a gestão anterior não investiu nessa área e, por conta disso, sucateou e acabou com as 72 câmeras de videomonitoramento”, diz a Prefeitura.
Agora, está em processo de instalação 25 totens de videomonitoramento, além de 193 câmeras de monitoramento em 63 escolas municipais. Já em Ribeirão Pires, duas câmeras de videomonitoramento estão instaladas para monitorar o município. Além destas, está em estudo novos projetos para o setor. A Prefeitura busca recursos para viabilizar.
Mauá e Rio Grande da Serra não responderam até o fechamento da reportagem.