Fôlego de queda nas taxas de juros arrefece com realização de lucro e exterior

Os juros futuros fecharam a terça-feira perto da estabilidade e viés de baixa na ponta longa. Após operarem em queda pela manhã, zeraram o recuo e passaram mostrar volatilidade a partir do começo da tarde. Depois da reação firme ao primeiro turno eleitoral, nesta terça-feira  (04/10) o mercado priorizou o exterior, acompanhando a trajetória dos Treasuries, e a ampliação da alta do petróleo também contribuiu para esfriar o impulso de baixa das taxas. Internamente, a agenda econômica esteve esvaziada e os agentes acompanham agora a definição dos apoios para o segundo turno e eventuais anúncios de propostas para a área econômica por parte dos candidatos. Na gestão da dívida, o Tesouro colocou lote grande de NTN-B no leilão desta terça-feira, o que ajudou a pressionar a curva.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 fechou em 12,735%, de 12,722% na segunda-feira no ajuste, e a do DI para janeiro de 2025 fechou estável em 11,46%. O DI para janeiro de 2027 terminou com taxa de 11,245%, de 11,295% na segunda-feira.

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O comportamento de baixa dos DIs na segunda-feira foi considerado exagerado por parte dos players, indicando espaço para correções nesta terça-feira, mas pela manhã o mercado ainda encontrou fôlego para seguir retirando prêmios. “O mercado se excedeu na queda, mas os dados nos EUA mostrando que a economia está menos aquecida sustentavam o rendimento dos Treasuries em baixa”, afirma o gestor de renda fixa da Sicredi Asset, Cassio Andrade Xavier, lembrando que posteriormente os yields pararam de cair, o petróleo ganhou ainda mais força e a curva aqui acompanhou. No entanto, a taxa da T-Note de dez anos retomou queda, negociada em 3,61% perto das 16h, quando se encerrava por aqui a sessão regular da B3.

No front doméstico, a reação à configuração das forças políticas do primeiro turno parece já ter sido absorvida e os agentes estão agora de olho no mapa de alianças para o segundo turno, mantida a percepção de que tanto o ex-presidente Lula (PT) quanto o presidente Jair Bolsonaro tendem a adotar posturas mais ao centro. Para o gestor da Sicredi, Bolsonaro já iniciou esse movimento. “Já não contesta mais as urnas até porque seus aliados se elegeram”, disse.

Enquanto o mandatário conseguiu apoio dos governadores reeleitos de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e do Rio de Janeiro, Claudio Castro (PL), além do governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), Lula conseguiu apoio do Cidadania e do PDT, inclusive de Ciro Gomes, e agora fica a expectativa pela definição de Simone Tebet (MDB).

Na gestão da dívida, o Tesouro realizou nesta terça-feira o primeiro leilão do quarto trimestre, vendendo integralmente a oferta de 1,8 milhão de NTN-B. O risco para o mercado (DV01) ficou em US$ 944 mil e as taxas saíram abaixo do consenso, segundo a Necton Investimentos.

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