Em sabatina, Ciro defende igualar padrão da indústria brasileira ao da chinesa

O candidato à Presidência da República Ciro Gomes (PDT) defendeu nesta sexta-feira (26/8) igualar o padrão da indústria brasileira ao padrão da indústria chinesa. Para isso, ele afirma que é preciso implementar um novo código brasileiro de trabalho para promover equilíbrio.

“O padrão chinês é assim, o juro do empresário brasileiro é 40/50% ao ano, o do empresário chinês descontado a inflação é zero, essa é a primeira grande marca do padrão chinês, financiamento que é potente ao mundo. O Brasil faz 26 anos que impõe ao mundo da produção brasileira a maior taxa de juros que é consistentemente mais alta do que o lucro dos negócios. Ora se o juro que o governo paga é mais alto do que o lucro do negócio, para quem tem dinheiro é melhor botar na renda fixa do que na produção e quem não tem dinheiro não vai tomar dinheiro emprestado pra botar no negócio que o lucro é menor do que o juro pago”, disse em sabatina promovida pelos jornais Valor Econômico e O Globo – e pela rádio CBN, nesta manhã

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Para atingir esse padrão, o candidato defende que o Brasil precisa além de rever os juros ao setor, investir em tecnologia e pesquisa. Além disso, é preciso achar um ponto de equilíbrio para que o desenvolvimento alcançado pela indústria chinesa seja implementado no Brasil sem que haja prejuízos ao trabalhador e aos empresários.

“Eu não proponho a volta ao passado, nem tenho amor nenhum a rigidez institucional, o mundo do trabalho está se revolucionando. Novas tecnologias, novas práticas, novos modos de organizar a divisão do mundo na questão do trabalho, tem que ser incorporadas. Eu defendo o novo código brasileiro do trabalho. Em que nós vamos do eixo de construção desse novo código são as convenções internacionais que o Brasil assinou com a OIT e são as melhores práticas que o mundo todo pratica”.

“Nenhuma nação do mundo que tenha introduzido no mundo do trabalho salário, renda, aposentadoria, segurança do trabalho, seguridade social, nunca prosperou introduzindo nesse universo insegurança jurídica e insegurança econômica, que é o que o erro da reforma trabalhista lá atrás cometeu na minha opinião”, defendeu o pedetista.

“A China hoje já tem um custo por hora trabalhada maior do que o Brasil, e o ciclo de desenvolvimento que a China agora começa a experimentar, é baseado na expansão do mercado interno e essa é a chave para nós entendermos qual é o papel da renda do trabalho numa economia como a brasileira”, completou.

Traição no Ceará

Na sabatina, o candidato recusou-se novamente a responder sobre a traição que sofreu nesta campanha no Ceará, seu principal reduto eleitoral e berço político. A reação de Ciro decorre do fato de ex-aliados, inclusive um de seus irmãos, terem lançado candidatos concorrentes no Ceará. Sobre o episódio, o pedetista disse no último domingo (21) que “sentir o espinho da traição é uma coisa amarga”.
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Na segunda-feira, 22, em agenda que cumpriu em São Paulo, ao ser questionado por jornalistas sobre a formação do palanque no Ceará, Ciro pediu “dispensa” da obrigatoriedade de responder à pergunta. E, hoje, na sabatina do Sistema Globo, Ciro disse que é candidato à Presidência da República e que não gostaria de responder sobre episódios políticos locais.

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