O afastamento social provocado pela necessidade de segurança contra a pandemia do Covid-19 forçou muitas pessoas a utilizar cada vez mais a tecnologia para se comunicar e trabalhar. Após dois anos, a transformação digital virou um seguimento necessário para as mais diversas empresas. Esse foi o tema em que Léo Gmeiner e Luciano Calchi, respectivamente presidente e vice-presidente do Itescs (Instituto de Tecnologia de São Caetano do Sul) trataram no Conjuscs (Observatório de Políticas Públicas, Empreendedorismo, Inovação e Conjuntura da USCS – Universidade de São Caetano do Sul). Ao RDtv nesta quinta-feira (28/7) ambos falaram sobre este tema.
Apesar da maneira forçada em que a tecnologia entrou na vida das pessoas que não estavam acostumadas com o trabalho 100% digital, Léo considera que houve muitos pontos positivos nessa adaptação no mercado de trabalho, principalmente na área educacional, na qual o empresário tem mais contato.
“Algo que me surpreendeu na área educacional, que é o que acompanho mais de perto, mas em geral é que as pessoas se superaram, elas se superaram nos seus medos, nas suas travas, nas suas dúvidas e avançaram porque foram obrigados. No final das contas, se dá para tirar alguma lição boa dessa história toda ou algum resultado dessa história toda, um dos resultados é essa acelerada no processo de transformação digital”, explicou.
A necessidade da transformação começou a chamar a atenção para a necessidade de startups que possam auxiliar empresas de pequeno, médio e grande porte a melhorar seus esquemas de trabalho com ações feitas a partir das observações e entendimentos das empresas de tecnologia.
“O que estamos fazendo muito na região do ABC? A questão dos ecossistemas e das conexões. O Itescs está trabalhando muito próximo do Sebrae. Ontem (quarta, 27/7) tivemos um evento do Ciesp em São Bernardo, levou-se quatro startups para falar das soluções que elas têm para as empresas, para a indústria, e o que acontece? O empresário está trabalhando muito no operacional dele, focado nos problemas dele. Isso deve ser algo de gestão ou de ausência de liderança, para poder olhar de forma estratégica, para ter os passos futuros, para ver para onde está caminhando as coisas. Nas empresas de tecnologia não adianta olhar para as coisas se você não olha para frente”, ponderou Luciano.
O empresário também explicou que as quatro startups que estavam neste evento apontaram que tinham mais de 90% dos clientes fora da região do ABC, o que apontou para a necessidade de parcerias para que a transformação digital possa ser um ponto ativo da mudança buscada pelas indústrias da região, principalmente em tempos debates mais intensos sobre a desindustrialização nas sete cidades.
Ambos também relataram que houve também uma busca do Poder Público por soluções tecnológicas para os mais diversos temas e esperam que haja um caminho ainda mais direto para que as startups tenham espaço junto aos mais diversos setores do ABC.