O valor médio da cesta de alimentos no ABC apresentou novo aumento em julho deste ano e, desta vez, bateu novo recorde ao atingir o preço de R$ 1.141,01. O engenheiro agrônomo da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André), Fábio Vezzá de Benedetto, analisa que o valor é o mais alto, desde 2001, e o que tem preocupado os especialistas são as constantes variações nos preços, além da perspectiva de uma alta ainda maior prevista para os próximos meses.
Em entrevista ao RDtv, Vezzá esclarece que é notável uma menor influência da pandemia na alta dos preços do conjunto de alimentos, e utiliza como exemplo o arroz, que em 2020 atingiu os maiores valores, mas atualmente está com preços mais baixos. “No último ano, o preço do arroz recuou cerca de 12%, mas ainda não podemos falar que o quilo do produto está barato, apesar da melhora”, ressalta o engenheiro.
O especialista afirma que os principais responsáveis pelo valor recorde de julho foram a cebola, laranja, banana e leite. Além disso, produtos como café e óleo, retirados de algumas cestas básicas por conta do alto preço, continuam com custo alto. “O café, neste mês, chegou a dar uma leve recuada, mas nada muito significativo. Já o leite, que muitos misturam com café, registrou grande elevação nos últimos meses e chegou a R$ 6,60 em apenas um litro”, relata.
Com a diminuição do preços dos combustíveis, Vezzá espera que, consequentemente, haja reflexo no preço dos alimentos, já que o combustível é um dos maiores contribuintes para o aumento da inflação. Mas, outros ingredientes do custo de produção dos produtos alimentícios, ainda causam impacto no valor dos produtos. “Os fertilizantes e pesticidas continuam com o preço muito em alta, o que acomete a tarifa dos mantimentos”, explica.
Vezzá explica, ainda, que o período que o País se encontra favorece a alta dos preços em todos os setores. “O fornecimento de energia elétrica está caro e o real está desvalorizado, isto, e a guerra na Ucrânia, contribuem para que os insumos tenham uma piora nos preços, mas temos esperança que as coisas melhorem e assim, o valor da cesta básica diminua”, conclui.