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Professora de inglês e cantora, a moradora de São Bernardo, Ariane Testa foi pega de surpresa por um diagnóstico que viria a mudar sua rotina por completo. Já no início de 2021, a munícipe foi diagnosticada com um linfoma não Hodgkin, tipo de câncer do sistema linfático, e precisou ser internada. Ariane então deu início a um difícil processo de quimioterapia, que durou cerca de cinco meses. Agora curada, a paciente retorna ao Hospital Brasil, em Santo André, onde realizou o tratamento, para apresentar uma cantata de Natal nesta quarta-feira (15/12).
Ariane explica que, após uma apresentação em dezembro de 2020, notou a aparição de uma “bolinha” próxima à região da garganta, que pensou se tratar de alguma inflamação. Após alguns exames que não identificaram do que se tratava, o médico solicitou uma biópsia. Foi quando descobriram o linfoma que, pouco frequente em adultos, afeta particularmente as células de defesa do corpo. “Esse foi o primeiro que identifiquei. Haviam mais, no corpo inteiro, mas não eram visíveis aos olhos”, relata.
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A professora relembra o momento que soube do diagnóstico. “Perdi o chão. Me perguntava ‘e agora?’”. Assim que diagnosticada, a munícipe foi internada para dar início ao tratamento “Não foi fácil, era pesado e agressivo”, afirma. Por conta da pandemia de Covid-19 e do sistema imunológico debilitado, Ariane precisou ficar numa área isolada do hospital para evitar qualquer tipo de contaminação. Nos intervalos dos ciclos de quimioterapia ela podia passar alguns dias em casa. Em duas dessas ocasiões, foi infectada pelo novo coronavírus. “Da primeira vez, não tive muitos sintomas, mas, da segunda vez, foi pior, meu corpo estava mais debilitado por causa da quimioterapia”, explica.
Desde cedo, a munícipe cultiva uma paixão pela música e canta profissionalmente desde 2018. E foi na música, de onde Ariane tirou forças para lutar contra a doença. “Todo mundo tem uma meta, uma missão. A música me acalmava e me desligava de onde eu estava”, revela. Nos momentos mais difíceis da quimioterapia, a então paciente buscou manter pensamentos positivos, como uma maneira de enfrentar essas fases. “Eu dizia ‘tenho tanto para fazer aqui, quero cantar para as pessoas’. A música me salvou porque eu não ficava pensando”, salienta.
No Hospital Brasil, a cantora se aproximou dos profissionais, de quem guarda um grande carinho. “Eu cantava e as enfermeiras adoravam. Passamos muito tempo juntos e hoje tenho saudades deles, dos profissionais da limpeza aos médicos”, conta. Como forma de retribuir o trabalho feito no hospital, Ariane realizará uma cantata de Natal nesta quarta-feira (15/12), às 19h, acompanhada do amigo Fernando Palazza. “Será gratificante, é 1% do que posso fazer para agradecer essas pessoas por terem salvo a minha vida”, ressalta.
Livre da doença, Ariane recebeu alta no dia 9 de junho e já retomou as aulas particulares. Em entrevista ao RD, a professora adiantou algumas canções que estarão no repertório de sua apresentação. “Haverá música do Queen, músicas natalinas e até de musicais, como do Fantasma da Ópera”, diz. Ao falar sobre o tratamento, a munícipe deixa uma mensagem para quem enfrenta situações semelhantes. “Não desiste. O processo é doloroso mas não se faz nada em um dia. Nosso corpo tem o tempo dele para se reestabelecer”, enfatiza.
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