
A ocupação de leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) para covid-19 no ABC está abaixo dos 16% pela primeira vez neste ano, reflexo do avanço da vacinação nas sete cidades. Até julho deste ano, a taxa de ocupação estava em 59,6%, e chegou a atingir pico de 91,7% em março. Mas, nessa terça-feira (02/11), as prefeituras de região registraram que a média caiu para 15,25%, conforme levantamento.
Para se ter ideia, a cidade que contabiliza mais internados é Diadema, com 325 pacientes que positivaram e 27 que estão sob investigação – o que remete a 28% de ocupação dos leitos destinados a tratamento da covid-19. Por outro lado, para diminuir os índices, o município avança no processo de imunização e chegou, nesta terça-feira (02/11), a 77,51% da população imunizada com a primeira dose e 61,70% com as duas etapas completas.
Em Santo André, o Hospital Estadual Márcio Covas está há três semanas sem pacientes internados com covid. O serviço recebe pessoas por meio de referenciamento de unidades como UBSs e UPAs da região, por meio da Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde (Cross). Se somadas as unidades pública/privada, atualmente há 53 pessoas internadas, sendo 23 na enfermaria e 30 pessoas na UTI (8% e 12% de ocupação, respectivamente). A cidade está com 70,31% da população com imunização completa contra a doença.
Dados divulgados na última semana revelam que Ribeirão Pires monitora cinco pacientes internados na rede particular e outros três na rede pública. Ao todo, a ocupação é de 18% na enfermaria e 20% na UTI. Já São Caetano está com 10 internados na rede pública (8 no Complexo Hospitalar Municipal – CHM, e dois no Albert Sabin), além de 21 pessoas monitoradas na rede privada; ocupação de 12,5 na UTI e 15% na ala de enfermaria. Nas cidades, o índice de vacinação para a segunda dose está em 70,18% e 74,23%, respectivamente.
São Bernardo, que está próximo de atingir 67% da população vacinada com a segunda dose, mantém 36 pacientes internados com covid-19, sob monitoramento. De acordo com a prefeitura, a ocupação é de 16% na UTI e 17% na ala de enfermaria, enquanto em Mauá, a ocupação é de 3% da rede – não foi informado o número de pacientes sob monitoramento. Rio Grande da Serra está com dois pacientes internados na rede e segue como a cidade que menos vacinou no ABC: 48,38% da população imunizada com as duas doses.
Vacinação
Em entrevista ao RD, o docente da disciplina de infectologia da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC), Olavo Henrique Munhoz Leite, esclarece a importância de se vacinar contra a covid-19. “Embora todos os estudos atuais excluam menores de 18 anos, existe a comprovação de que há eficácia de determinados imunizantes para todas as idades acima de 12 anos”, defende. “Por isso o conselho é que a população não deixe de se imunizar e, assim, possamos vencer essa pandemia”, alerta.
O especialista lembra que, apesar do avanço da vacinação e da baixa no índice de óbitos e internações, se faz necessário que a população continue com os cuidados básicos contra a doença. “Além da vacinação, que é recomendável, é preciso que a população se projeta, com máscara, distanciamento social e outros protocolos vigentes de acordo com o andamento da pandemia para que a situação não volte a piorar”, enfatiza.
Até esta terça-feira (02/11), o ABC registrou 65,17% da população imunizada com a primeira dose. Enquanto isso, na primeira etapa do processo de imunização, 76,93% das pessoas já buscaram os postos para se vacinar. A cidade mais avançada em todo processo é São Caetano, que protegeu 74,23% com as duas doses.