A poucas horas do temido exame da OAB, centenas de estudantes de Direito estão entrando naquela fase da ansiedade. A prova será neste domingo (17/10) pela manhã e, infelizmente, a maioria dos candidatos acaba reprovado. Para a professora de Direito da Fundação Santo André, Natacha Slusarenko, a dica de ouro é manter a calma e desacelerar os estudos nessas últimas horas antes do exame e, no máximo revisar algum conteúdo que já foi visto.
“Não dá para falar que é um exame fácil, ele reprova muita gente. No 32° exame de ordem, que tivemos recentemente, foram 70% de alunos reprovados, mas o aluno que estuda, se dedica, que tem um cronograma e, principalmente, o que mantém equilíbrio emocional na hora da prova, consegue ser aprovado tranquilamente. Essa ideia de que o exame vai piorando é mito, ele varia, às vezes vem um pouco mais difícil, outras mais tranquilo. No 32° nós tivemos alguns problemas, mais de 5 questões anuladas então, no próximo a gente espera que a FGV (Fundação Getúlio Vargas) dê uma aliviada para os alunos”, analisa a professora que participou do RDTv desta sexta-feira (15/10).
Uma estratégia é estudar as questões dos exames anteriores. “Inclusive tem cursos de resoluções de questões em que o professor foca mesmo no que tem sido cobrado e muitas questões são repetidas. A gente consegue ter uma ideia do que vai ser cobrado com base nos exames anteriores”, diz Natacha.
Para a professora, que também ministra treinamentos e cursos para os estudantes de Direito passarem no exame de ordem, o momento é de desacelerar os estudos, no máximo, rever uma matéria, mas sem forçar muito. “Eu discordo de não estudar um dia antes. Se o aluno é muito ansioso, se ele quiser estudar, pode fazer meio período para ver uma coisa que ele já tenha visto, não uma matéria nova. Pode ver uma vídeo-aula, ou uma paródia – eu sou autora de algumas paródias na área do direito -, às vezes uma coisa mais leve é melhor do que ficar tentando focar em outra coisa e não conseguir em razão da ansiedade. Na minha opinião deve estudar meio período e à tarde descansar e fazer algo que goste. Dormir cedo e se alimentar bem, são dicas que parecem clichê, mas que fazem toda a diferença”. Natacha ainda ministra cursos preparatórios para concurso público como o da Ebradi (Escola Brasileira de Direito).
Natacha também é formada em música pela Fundação das Artes de São Caetano e desenvolveu a técnica de ensinar cantando paródias que ela mesmo compõe tendo músicas conhecidas do público como base, mas recheadas de letras com conteúdo jurídico. Algumas destas aulas e dicas, podem ser encontradas em um grupo de estudos que ela criou e que pode ser acessado através do seu Instagram (https://www.instagram.com/prof.natachaslusarenko/)
A especialista em exames de ordem diz que o aluno pode estudar também os conteúdos disponíveis na internet, mas com cuidado de não se sobrecarregar. “Aluno que quiser estudar pela internet tem muita coisa, porém muito conteúdo gera desinformação porque é um turbilhão de coisas e de informações, então cuidado para não se perder, procure fazer um cursinho preparatório, acho que isso é importante, porque ele tem capacidade de te dar aquele foco, aquela ênfase, aquilo que você precisa mesmo, e pode procurar também o conteúdo online, mas com cuidado para não gerar muita ansiedade”, recomenda.
A prova deste domingo tem cinco horas de duração, cerca de 80 questões de múltipla escolha e o aluno tem que acertar 50% para passar para a segunda fase, que é uma prova prática em que o estudante terá que responder questões dissertativas.
A professora Natacha Slusarenko arrisca alguns palpites sobre temas que podem cair na prova de domingo, principalmente temas da área trabalhista que é sua especialidade. Entre eles estão: estabilidade da gestante, desde a confirmação até 5 meses após o parto; honorários de sucumbência e homologação de acordo extrajudicial. “Pegadinhas o exame tem às vezes”, admite a professora. Para ela o futuro advogado precisa se especializar, além de estar atualizado até sobre as técnicas digitais, como os processos eletrônicos e as audiências virtuais que se tornaram mais frequentes durante a pandemia. “O mercado pede um advogado especializado e não generalista, aquele que escolhe uma área e se aperfeiçoa. O segredo é não parar de estudar”, conclui.