ABC - segunda-feira , 29 de abril de 2024

Automedicação deve ser feita de forma responsável, alerta especialista

O uso de medicamentos sem orientação de profissional da saúde capacitado, até mesmo de fitoterápicos, pode trazer consequências ruins à saúde, porque o organismo responde de maneira diferente para determinadas substâncias e doenças, e nem todos os remédios usados por diferentes pacientes apresentam o mesmo efeito. O alerta é de Marc Strasser, professor do curso de Farmácia da USCS (Universidade de São Caetano do Sul).

Strasser diz que nenhum medicamento é isento de risco e utilizar remédios indicados por qualquer pessoa pode não atender as necessidades ou realizar os mesmos efeitos, mas fazem mal para o usuário.

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O professor comenta que o hábito da automedicação é cultural do brasileiro. “Automedicação não é necessariamente algo ruim, se formos pensar praticamente, se para qualquer problema de saúde precisasse passar em um hospital ou uma consulta ia saturar nosso sistema de saúde”, defende.

Para isso, há a obrigação legal de toda farmácia e durante todo o período de funcionamento ter um farmacêutico, que pode orientar a equipe e clientes na compra do melhor medicamento para cada problema, quando necessário. “Muitas pessoas acham que aqueles medicamentos isentos de prescrição médica não podem acarretar problemas à saúde, mas está errado”, diz.

Paracetamol

Farmacêutico-bioquímico e doutor em Ciências, Strasser cita o caso dos Estados Unidos, onde o uso do paracetamol, substância inclusa em diversos medicamentos, principalmente para gripes e resfriados, é o segundo principal causador da necessidade de transplante de fígados naquele país, porque em determinadas dosagens por dia, tempo ou semana, podem causar diversos riscos à saúde.

Investir na prevenção de doenças, afirma, talvez seja a melhor saída para diminuir a prática da automedicação. Strasser cita exemplos, como incentivos à boa alimentação e prática de atividades físicas, que ajudam a diminuir os riscos de doenças. “No Brasil, acho que a gente investe muito pouco na saúde preventiva, usamos remédios quando já estamos com algum problema de saúde”, critica.

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