ABC - segunda-feira , 29 de abril de 2024

ABC avalia flexibilização e médicos dividem opinião sobre volta à normalidade

Com a proximidade do Dia dos Pais, comércio terá horário maior e poderá recebe mais público à partir de domingo. (Foto: Divulgação)

As prefeituras da região ainda avaliam se seguirão o governo do Estado na flexibilização do Plano SP, com abertura do comércio não essencial das 6h à meia-noite e aumento da capacidade de atendimento dos estabelecimentos passando de 60% para 80%. A medida foi anunciada pelo governador João Doria (PSDB) na quarta-feira (28/09) e passa a valer a partir de domingo (01/08), uma semana antes do Dia dos Pais. A decisão, no entanto, não é consenso e divide a opinião de especialistas que lidam diariamente com os infectados pelo novo coronavírus.

Para a médica infectologista, Elaine Matsuda, a medida é precipitada. Segundo ela a situação atual da covid-19 é mais tranquila, mas os números ainda estão muito altos. “Aqui no Brasil qualquer tipo de recomendação, e até mesmo lei, é só uma sugestão. Quando os bares estavam com restrição de público em 40%, 60% e agora 80%, eles estão iguais sempre, quem sabe tiraram uma ou outra mesa e colocaram um segurança na porta com um termômetro e máscara. Você olha dentro dos bares e está tudo igual, então o recado nunca foi certo. Dentro de uma política pública que não incentiva o diagnóstico da infecção aguda e que o cara só se isola quando vê o resultado positivo, o cenário ainda é muito desolador no meu modo de ver. É frustrante como as pessoas se acostumam com números ruins. O número de óbitos atualmente é pior do que a pior fase da primeira onda e, no entanto, parece estar tudo bem e acham que pode reabrir tudo porque melhorou; melhorou, mas está em um patamar muito alto”, comenta a especialista.

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Já para o médico pneumologista e professor da Faculdade de Medicina do ABC, Elie Fiss, o avanço da vacinação e o anúncio de adiantamento da imunização de crianças e adolescentes para o dia 18 de agosto, são fatores que permitem a flexibilização. “Já pode essa abertura a meu ver. Ela vai de encontro a vacinação que está bem adiantada e acho que já permite”, resume.

Prefeituras

A prefeitura de Diadema confirmou que vai seguir exatamente o que determinou o governo do Estado. O RD indagou aos municípios quantos foram os estabelecimentos multados, notificados ou lacrados durante os meses de junho e julho. Em Diadema, segundo a administração municipal foram notificados 64, dos quais quatro foram multados e oito ladrados por 30 dias por desrespeito ao Decreto Municipal que definiu as medidas de prevenção à covid-19. Entre as casas noturnas foram quatro notificações e uma lacração e a GCM (Guarda Civil Municipal) fez mais de 70 operações preventivas contra festas clandestinas.

Ao ser perguntada sobre a realidade do município quanto aos números da pandemia e se estes dariam segurança para a flexibilização das regras, a prefeitura de Diadema informo que vai seguir as orientações do Estado, mas que vai também, em conjunto com o Comitê Intersecretarial de Enfrentamento ao covid-19, estudar como realizar a mudança de fase do Plano SP.

Outra cidade que já cravou que vai seguir a norma estadual é Ribeirão Pires que já prepara um novo decreto municipal. Em nota a prefeitura informou que seguirá o governo do estado e que estuda como fará a liberação das restrições, de acordo com o que determinar o Estado. A prefeitura não tem tabulados os dados de autuações em comércios nos meses de junho e julho mais informou as ações de abril quando foram 23 autuações e 20 multas aplicadas a quem desrespeitou as normas municipais de prevenção à covid-19. O município relatou ainda que desde o início do ano três festas clandestinas foram interrompidas.

A prefeitura de São Bernardo adotou mais cautela ao abordar o assunto. Lembrando que a cidade foi a primeira a adotar o toque de recolher durante as madrugadas, medida que dias depois foi decretada pelo Estado. “A Prefeitura de São Bernardo informa que vai avaliar a evolução da pandemia para adotar novas medidas. Entre os meses de junho e julho, 496 estabelecimentos comerciais foram fechados pela Guarda Civil Municipal por desrespeito aos decretos municipais, sendo que 23 foram lacrados, 10 autuados e 6 notificados. Neste período, outras 10 festas clandestinas de grande porte foram encerradas e dispersadas por agentes da corporação”, respondeu, em nota.

A prefeitura de São Caetano que “vai continuar seguindo o Plano São Paulo”. Informou ainda que  apenas que nos últimos dois meses a Seplag (Secretaria de Planejamento e Gestão) fechou seis comércios em junho e dois em julho. No mesmo período uma festa foi dispersada e a Vigilância Sanitária determinou três interdições.

Santo André, Mauá e Rio Grande da Serra não responderam.

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