Sem rusgas ou atritos, assim descreveu Ailton Lima sobre a sua saída do PSB, anunciada nesta semana. Em entrevista ao RDTv nesta sexta-feira (28/05), o ex-vereador, que foi candidato ao Paço de Santo André em 2016 e 2020, diz que deixou a sigla para evitar atritos na polarização de forças políticas e radicalismos à esquerda ou à direita. Afirma, porém, que agora fora da legenda está mais à vontade para discutir seu destino com outros partidos políticos.
Ailton Lima comenta que estamos com o País imerso numa divisão absurda, que tenta criar entre negros e brancos, entre pobres e ricos, trabalhadores e empresários, esquerda e direita e trabalhar nestes extremos não interessa. “Tenho uma vida conciliadora, uma atitude de paz, isso eu vivo na minha família, no meu negócio, no meu comércio e na política também. Então eu preferi pedir a desfiliação do PSB. Não houve nada entre mim e a executiva do PSB com o Márcio e o Caio França, que nos acolheram e nos confiaram uma candidatura importante a prefeito, fizemos uma boa campanha e tivemos a oportunidade de levar as nossas propostas pela segunda vez”, diz.
O ex-vereador não deixou claros os motivos da saída, porém um dos motivos pode ter sido a aproximação dos dois vereadores do PSB com o prefeito Paulo Serra (PSDB), apesar de explicar que, como presidente da comissão provisória da legenda, não se opôs ao posicionamento dos parlamentares. Ao ser perguntado se com a saída o PSB se aproximaria do governo Paulo Serra, o ex-vereador respondeu afirmativamente. “Acho até que já tem essa aproximação. A gente já percebeu isso ano passado logo após a eleição e hoje não vejo que eles (vereadores) estejam com trabalho de independência ou oposição. Não há nenhuma crítica minha em relação a isso. Só falta uma declaração pública de que os dois fazem parte da base”, avalia.
Ao demonstrar que se sentia preso às rédeas partidárias, Lima diz que agora, fora da legenda, está mais à vontade para analisar propostas. “Existe muito convite para que eu vá conversar. Eu não estava tranquilo com essas conversas e, ao mesmo tempo, dirigindo o partido aqui. Agora que vou abrir um pouco mais a possibilidade dessas agendas”, declara.
Ailton Lima, que fez parte do time de secretários na primeira gestão Paulo Serra, fez críticas à condução do governo por não patrocinar candidaturas nas últimas eleições. Acha que deveria ter feito isso em 2018, pois considera importante a cidade ser fortalecida com uma representação direta. “Acho estranho agora a questão familiar – diz ao comentar sobre o nome da primeira dama Ana Carolina Serra, ser cotada para deputada -, será que não tem mais ninguém? Esses feudos não me agradam muito não. O prefeito colocar a mão numa dobrada acho positivo. Se eu fosse prefeito a gente elegeria um deputado estadual e federal, se a máquina trabalhar favoravelmente a isso, pode ter até dois estaduais e dois federais”, aposta o ex-vereador.
Lima diz não ter pressa para decidir seu futuro político e que vai dedicar um tempo a mais para sua empresa. Deixa claro que não pretende um partido nem tão à direita nem tão a esquerda. Comenta que surge no cenário nacional a possibilidade de uma grande composição de candidaturas antagônicas e até violentas e não quer participar. “Não sei se o PSB pode participar disso, porque sempre foi de centro esquerda e muito moderado. Se eu estiver filiado e coloque uma candidatura a estadual ou federal nas ruas, como é que eu faço depois se o partido nacionalmente tomar um rumo completamente diferente daquele que eu me sinto a vontade de defender? Melhor ser borracha firme do que ser concreto que se quebra todo. Estou sem pressa nenhuma, estou sereno e tranquilo. Precisa ter algo relevante para me chamar a atenção, porque ocupação a gente já tem bastante. No momento estou fugindo de fazer colocações definitivas, estou muito tranquilo para colocar meu nome seja a estadual ou a federal, como também não colocar. Dentro de mim não vai fazer nenhum estrago. Posso também apoiar alguém”, completa.