Há dois dias da permissão pelo governo do Estado para retorno das aulas presenciais, nenhuma cidade do ABC resolveu autorizar os alunos a retornarem aos colégios. Mauá e Ribeirão Pires já bateram o martelo no sentido de que as aulas não serão mais presenciais este ano. As demais apontam que ainda estão definindo o posicionamento, mas que esta semana não terá volta. O govenador João Doria (PSDB) manteve nesta segunda-feira (05/10) o posicionamento de que o retorno presencial está autorizado a partir de quarta-feira (07/10), mas também deixou claro que a decisão é dos prefeitos.
“O Governo de São Paulo decidiu iniciar o retorno pelos alunos matriculados no ensino médio e na Educação de Jovens e Adultos porque são os ciclos de ensino que podem ser mais afetados pela evasão escolar, prejudicando os estudantes mais vulneráveis. A volta às aulas está condicionada, evidentemente, à autorização dos prefeitos de cada um dos 645 municípios de São Paulo”, afirmou o Governador.
A reabertura deve respeitar limites máximos de alunos e protocolos sanitários. Nas redes privadas e municipais, a educação infantil e os anos iniciais do ensino fundamental podem ter até 35% dos alunos por dia em atividades presenciais. Para os anos finais dos ensinos fundamental e médio, o limite máximo é de 20%. Na rede estadual, só é permitido o atendimento de até 20% em todas as etapas.
Em Ribeirão Pires, nesta segunda-feira (05/10) houve uma reunião entre prefeitura e educadores onde foi reafirmado que a cidade não vai ter aulas presenciais. A reunião foi entre a Secretaria de Educação Municipal de Ribeirão Pires, a Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), o Sineduc (Sindicato dos Professores das Escolas Públicas Municipais), da Secretaria de Educação do Estado (Diretoria Regional de Mauá), das escolas particulares e do ensino técnico (ETEC). Segundo a prefeitura a reunião serviu para confirmar, de forma conjunta, o não retorno das atividades presenciais nas unidades de ensino da cidade neste ano. “Ribeirão Pires mantém, portanto, a suspensão das aulas presenciais para as redes públicas municipal, estadual, bem como para escolas particulares – decisão válida para todos os segmentos, inclusive EJA. Os profissionais de ensino da cidade seguirão trabalhando em planejamento pedagógico e estrutural para a retomada das atividades presenciais a a partir de 2021, sempre observando os contextos da saúde diante da pandemia do coronavírus”. A prefeitura de Ribeirão informou ainda que haverá no próximo ano aulas de reforço escolar no contraturno.
A prefeitura de Mauá tanto já definiu que este ano não terá mais aula presencial, que manteve o benefício do auxílio merenda até dezembro. “Informamos que as aulas municipais e estaduais, além das escolas particulares, serão retomadas apenas em 2021. Ainda estamos discutindo como será o calendário da rede de ensino para o próximo ano. Os cerca de 20.500 alunos das escolas municipais recebem o Cartão Merenda em Casa, no valor de R$ 60, até dezembro deste ano”, informou em nota.
Santo André está no grupo das cidades com situação indefinida quanto às aulas presenciais este ano. A administração sustenta que antes do dia 16 nada muda; os alunos continuam com aulas online. Apesar disso, pesquisa feita pela prefeitura junto aos pais de alunos da sua rede mostrou que 94%, dos 21.319 entrevistados, não acha seguro o retorno. “Não está previsto retorno das aulas presenciais nesta semana, seja na rede municipal, estadual ou particular. Santo André está realizando um inquérito epidemiológico na Educação da cidade desde o dia 24 de setembro e o resultado irá ajudar a pautar as decisões sobre o retorno presencial das aulas no município. Até pelo menos o dia 16 de outubro não haverá retorno das aulas presenciais nas redes municipal, estadual e particular”, diz o informe.
São Bernardo está fazendo um inquérito epidemiológico junto aos alunos da rede municipal de ensino e, neste momento, não há previsão de retomada das aulas nem nas escolas do município, nem do estado e também na rede particular. “Estão sendo aplicados 3.300 testes, com sorteio entre 19 escolas municipais. Um novo anúncio sobre a situação das aulas presenciais na cidade será feito no dia 16 de outubro. Enquanto isso, os alunos da rede municipal seguem com aulas remotas por meio das ferramentas digitais disponibilizadas pela secretaria de Educação e por meio de materiais impressos para alunos que não possuem acesso pleno à internet”.
São Caetano informou somente que até o momento nenhuma escola está autorizada ao retorno presencial das aulas. E a prefeitura de Diadema informou que vai esperar. “Em reunião com o Consórcio Intermunicipal, ficou decidido que no próximo dia 15/10, após inquérito sorológico, será feita análise sobre o retorno das aulas na região”, justificou. Rio Grande da Serra não respondeu ao questionamento do RD.