Por inúmeros motivos, que vão desde a maternidade até o acometimento por doenças, milhares de mulheres possuem dificuldade de reinserção no mercado de trabalho, e em meio à crise econômica causada pela covid-19, esse fato se agrava. Para prestar suporte a essa parcela da população, a moradora de Ribeirão Pires, Paula Olaf, desenvolveu a empresa Pink sua Venda, que já gerou empregos home office para mais de 500 mulheres na área de vendas e marketing.
Com um ano de atuação, o modelo de negócio conta com mulheres de 10 estados brasileiros, que, por algum motivo possuíam dificuldades de voltar a atuar no mercado de trabalho, e apenas em 2019 impactou positivamente mais de 50 famílias. “Estas mulheres chegam desanimadas e não acreditam no seu potencial, por conta de tantas experiências ruins que viveram” diz a idealizadora Paula Olaf. Para a capacitação das colaboradoras, o projeto oferece treinamento e mentoria sobre vendas, mídias sociais, Linkedin, pacote Office, CRM, entre outros.
Dentre os serviços oferecidos pelo negócio e desenvolvidos pelo time de mulheres, sob o comando da profissional que possui 15 anos de carreira, estão: atualização de bancos de dados, prospecção de clientes, pesquisas de mercado e monitoramento de mídias sociais. Lojas como Chevrolet Pallazo, Hygibras, Disque Camisetas e Volvo Granstad são algumas das contratantes dos trabalhos prestados pela empresa Pink sua Venda.
Paula Olaf ainda conta que a chave para o sucesso do empreendimento foi empoderar as mulheres de forma que elas não se vissem como vítimas, mas sim como precursoras de sua própria fonte de renda. “Empoderar uma mulher é dar a ela condições de ser dona da sua própria vida e de suas escolhas”, ressalta. Segundo a idealizadora, os desafios são diários. “Eu preciso livrá-las dos conceitos ruins que elas formaram de que não são capazes. Com o tempo, as conquistas delas passaram a ser as minhas conquistas também”, acrescenta.
Como um dos principais fatores da dificuldade de reinserção no mercado de trabalho é, por muitas vezes, a maternidade, a lógica da empresária foi passar a oferecer todo tipo de serviço que pudesse ser desenvolvido de forma virtual, para que as colaboradoras trabalhassem por meio de home office, e, assim, tivessem mais flexibilidade na rotina. “Para realizar esses serviços é preciso apenas de um telefone, um computador e conexão com a internet, por isso o modelo se torna mais viável para estas pessoas”, explica.
Com a pandemia, o trabalho desacelerou e elas precisaram se reinventar, visto que as concessionárias clientes migraram para vendas online. Para isso, a alternativa encontrada para alavancar os projetos foi aderir a panfletagem digital nas transmissões ao vivo promovidas pelas empresas contratantes, como forma de estimular a interação dos internautas e assim promover o negócio. “Nós participamos das lives com perguntas estratégicas para direcionar o assunto e engajar as postagens”, explica.
Segundo Paula Olaf, as colaboradas, que possuem entre 17 e 65 anos, fazem parte de um negócio que alia não só tecnologia a flexibilidade de trabalho, mas o empoderamento feminino. “O projeto trouxe muito mais do que dinheiro para essas mulheres, também as incluiu novamente como uma parte importante na economia”, finaliza.