Cachorrão diz não acreditar no impeachment de Atila Jacomussi

Diante da adesão de apenas oito nomes do legislativo mauaense para o pedido de impeachment contra o prefeito de Atila Jacomussi (PSB), o vereador Adelto Cachorrão (Republicanos) declarou não acreditar que o prefeito seja afastado novamente do cargo, uma vez que o número de rubricas angariadas até o momento representa apenas um terço do necessário para que o pedido seja analisado.

Além de Cachorrão, o pedido deverá ter apoio de Marcelo Oliveira (PT), Professor Betinho (PSL), Sinvaldo Carteiro (PSL), Tchacabum (PDT), Chico do Judô (PSD) e Gil Miranda (Republicanos). O pronunciamento acontecerá já na próxima terça-feira (23/6), quando os 23 parlamentares vão se reunir para a volta aos trabalhos na Câmara.

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O pedido de impeachment se dá após a operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) investigar denúncia de supostos crimes na concepção do Hospital de Campanha do município. Além disso, há pedido no Ministério Público para que seja comparado o contrato feito pelo município e as cidades vizinhas.

Vereadores Vladimilson Garcia (Bodinho) e Adelto Cachorrão

Em entrevista ao RDtv, o vereador da oposição alega que a bancada da oposição levará a CPI da Saúde adiante, mas que não sente segurança para que o impeachment aconteça, apesar das denúncias. “Precisamos de pelo menos 12 vereadores que façam a adesão do projeto de CPI, e esperamos que isso aconteça para que esse superfaturamento seja estudado. A questão é entender onde o recurso advindo dos governos federal e estadual foi aplicado e o que está sendo feito com a verba”, explica.

Durante entrevista, Vladimilson Garcia (Bodinho), líder do governo ma Câmara, defende que este não é o momento ideal para que haja pedido de investigações ou impeachment do prefeito mauaense. “Estamos em um período delicado, em que milhares de pessoas estão morrendo”, declara. Para o aliado, Atila já foi investigado pelos próprios vereadores por diversas vezes e não há motivo para que uma nova investigação ocorra. “Foram sete idas e vindas, a população está cansada disso. Precisamos trazer segurança para a população e dar continuidade dos trabalhos na cidade”, reforça.

Investigação

Na última segunda-feira (15/6), o Gaeco e a Polícia Civil conduziram operação que teve o prefeito de Mauá, Atila Jacomussi, e o secretário de saúde, Luis Carlos Casarin, como alvos. Houve cumprimento de mandados de busca e apreensão em ambas residências, no gabinete do prefeito e na secretaria de Saúde.

O governo Atila negou qualquer tipo de irregularidade nos contratos e argumentou, ainda, que a comparação com cidades vizinhas foi injusta porque considerou outros acordos firmados. Diante disso, Cachorrão rebate: “Encontraram R$ 19 mil na tubulação da casa do secretário, se fosse normal porque ele não guardou em uma gaveta qualquer? Estamos percebendo atitudes ilícitas e isso precisa ser investigado”, defende.

Apesar das investigações, Bodinho alega que o prefeito está tranquilo com a situação. “Apesar das investigações, tivemos reunião com a base governista e o prefeito está com a consciência limpa, tranquilo. Temos acompanhado muitas fake news e adversários políticos que tentam tirar vantagem de pré-campanha, isso é triste para a cidade”, finaliza.

Relembrando

Em janeiro de 2019, data em que foi aprovada a admissão do pedido de impeachment contra Atila Jacomussi por vacância do cargo, 16 dos 23 vereadores votaram favoravelmente. Na votação da cassação em si, em 19 de abril do mesmo ano, 16 dos 22 parlamentares presentes aprovaram a saída do socialista. Após o retorno de Atila por intermédio de uma decisão judicial, o cenário político no Legislativo foi alterado e Atila passou a contar com o apoio da maioria, fato que inclusive fez com que pautas polêmicas fosse aprovadas como o retorno da Sabesp para controlar a distribuição de água no município.

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