O pagamento do auxilio emergencial tem causado polêmica por conta da demora para aprovação e filas superlotadas em agências da Caixa. Para o presidente do sindicato dos bancários, Belmiro Moreira, a descentralização do pagamento evitaria a aglomeração de pessoas e o descumprimento do isolamento social.
“Infelizmente o governo federal não quer fazer isso, ele não tem vontade política e quer acabar com o isolamento social. A ideia era que todas as agencias fossem fechadas, estaríamos evitando o que estamos vendo”, comenta Moreira, que ainda diz que mesmo não concordando com o uso excessivo da tecnologia nos bancos, neste momento, apoia o uso de aplicativos.
“Desde o início estabelecemos reivindicações para garantir o atendimento de forma segura. Mas toda a população tem registro na prefeitura, poderia haver uma articulação do governo federal, estadual e municipal, mas o que vemos é o governo federal querendo acabar com o isolamento, levando a situação como se não fosse grave e proporcionando o que estamos assistindo nas agencias bancaria”, explica.
Mesmo com reivindicações do sindicato, para que os bancos possam atender as medidas de segurança, o presidente diz que as filas do lado exterior das agências são de responsabilidades públicas. “Do lado de fora do banco a responsabilidade e do poder publico, encaminhamos ao consórcio e prefeituras um documento cobrando uma série de medidas e o que vimos foram prefeituras indo no sentido contrario. A única que chamou nosso sindicato para conversar foi a de Diadema. As outras infelizmente tomaram medidas e não dialogou com a representação dos trabalhadores”.
Com mais de 100 instituições bancárias, o presidente diz que os 5 principais bancos trabalham em esquema de revezamento semanal e, na região, que conta com cerca de 6 mil funcionários, mais de 40%, que estão no grupo de risco foram afastados e cerca de 20 foram contaminados pelo novo coronavírus.
Para os funcionários Moreira salienta que o sindicato garante todos os direitos dos bancários. “Apesar do governo ter criado diversas Medidas Provisórias, a categoria segue sem alteração, e qualquer mudança tem que ser negociada com os sindicatos”. Além disso, informou que pediu para que do Consórcio Intermunicipal ABC cobre das instituições financeiras álcool em gel, produtos de higiene, legislação para o agendamento do atendimento e a medição da temperatura.
“Ainda preparamos a confecção de 2 mil máscaras para os bancários. Estamos recebendo produtos de higiene, alimentos e agasalhos, na sede social do sindicato (Rua Xavier de Toledo, 268- Santo André). Quem não conseguir entregar só ligar que vamos buscar”, completa.