Com os dados de isolamento caindo a cada dia (no caso da última quarta, 29, estava em 47% no Estado), a preocupação com o possível aumento do número de infecções pelo novo coronavírus (Covid-19) gera a opinião de medidas mais duras para frear a pandemia. Em entrevista ao RDtv, nesta quinta-feira (30), o prefeito de Rio Grande da Serra e presidente do Consórcio Intermunicipal Grande ABC, Gabriel Maranhão (Cidadania), chegou a falar na possibilidade de um lockdown (isolamento total) caso a população não entenda as medidas protetivas vigentes desde 23 de março.
Apesar do assunto não ter entrado oficialmente na pauta do Governo do Estado em reunião realizada nesta quarta com os 39 prefeitos da região metropolitana e também entre os prefeitos do ABC, Maranhão considera que será necessário o aumento das restrições para “evitar uma tragédia como aconteceu na Itália e Espanha”.
“Se continuar com esses úmeros e as pessoas não levarem a sério tem tudo para que a gente possa partir para o lockdown, para ações mais ríspidas ainda, porque a população não está levando a sério (o isolamento). Se manter da forma em que está temos tudo para seguir estratégias da Nova Zelândia, de Londres (Inglaterra), do Japão e de Cingapura que é o lockdown, fechar totalmente, proibir de sair para a rua”, disse o chefe do Executivo.
Por enquanto os municípios seguem as medidas adotadas pela gestão do governador João Doria (PSDB). A expectativa é que novas resoluções sejam indicadas no dia 8 de maio e que passarão a valer para o dia 11. A princípio as duas alternativas ventiladas para o momento são de manutenção das atuais regras de quarentena ou a flexibilização do funcionamento de alguns tipos de comércio.
A decisão levará em conta os dados de isolamento e também a curva de contágio e óbitos pelo Covid-19. No caso do ABC, a regra que valerá será a que for decretada para toda Grande São Paulo, pois, o comando do Palácio dos Bandeirantes já deixou claro que não haverá a mesma resolução para os 645 municípios.
Quando questionado sobre as posturas adotadas pelos municípios, Gabriel Maranhão ressaltou que as prefeituras estão fazendo o que está no seus respectivos alcances, mas que necessitam de ajuda dos governos Estadual e Federal para definir outras ações mais efetivas, inclusive o presidente do Consórcio ABC criticou a postura do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), após o país ultrapassar o número de mortes da China, nação que foi o epicentro do início da pandemia.
“Muito me entristece essa postura do nosso presidente. Fala sobre ‘gripinha’, fala do ‘e daí?!’ em relação as mortes, lamentável”, comentou Maranhão que considera que os governos municipais devem aumentar a comunicação para que a população volte a aderir o isolamento conforme aponta os especialistas da área da saúde.
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