A partir do isolamento social imposto pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19), houveram mudanças significativas no comportamento de consumidores e produtores em todo o mundo. Conforme aponta o último estudo do Observatório de Políticas Públicas, Empreendedorismo e Conjuntura (Conjuscs) da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), entre os meses de janeiro a março, as vendas online cresceram 56% nos Estados Unidos, 44% na Europa e 23% na Ásia, enquanto no Brasil a alta foi de 33% em comparação ao mesmo período de 2019.
Conforme apontou o estudo, é provável que, com o fim da crise e com o retorno à normalidade, a chamada economia digital, que hoje equivale a 1/4 da economia global, passe a ocupar um espaço ainda maior. “E vamos sair dessa crise com um percentual ainda mais elevado, tendo em vista a importância que o meio digital já tem no mercado. Por isso a importância de a cada vez mais as empresas se modernizarem para entrar nessa grande rede”, reflete o coordenador do observatório e autor do estudo, Jefferson da Conceição.
Em entrevista ao RDtv, o docente que também é mestre em Economia, diz que o Brasil já está inserido no mercado digital, contudo falta um “empurrão” para a expansão, que pode captar importantes relações com países desenvolvidos. “Alguns problemas já são bem conhecidos no País, entre eles o atraso tecnológico, dificuldade no acesso e desenvolvimento de tecnologias de ponta, baixo investimento na ciência, inovação e tecnologia, desigualdade social, além da alta concentração de renda, o que dificulta a expansão”, comenta.
Para isso, apesar dos diversos prejuízos que a pandemia pode ocasionar no mundo, o economista defende que os empresários saiam deste cenário caótico com cabeça erguida e com visão de mudança a favor dos avanços tecnológicos acelerados. “De acordo com estimativas, aproximadamente 25% dos negócios no mundo já acontecem por meio da chamada digital e não podemos ficar para trás, temos que nos adaptar para acompanhar o mercado”, enfatiza.
Em 2019, um representante da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) estimou que a economia digital vai movimentar U$ 100 trilhões nos próximos 10 anos em todos os segmentos produtivos, e que 100% dos atuais empregos sofrerão mudanças por causa dos avanços tecnológicos. “Essa transformação implica numa série de mudanças em termos de produção, distribuição e venda de produtos e serviços”, conta.
O autor da pesquisa sugere novos modelos de negócios e hábitos de consumo nas empresas, hospitais, escolas, cidades, que devem passam a ser ‘inteligentes’ e conectados. “Veja só os shoppings, eles poderiam estar atuando normalmente, uma vez que a maioria dos clientes sabe o que quer comprar no momento que entra no empreendimento. Bastasse lançar um meio digital para isso, mas ao contrário, estão com as lojas fechadas, tudo por falta de reinvenção e adequação”, reflete.
Das outras 32 notas técnicas tratadas na Carta de Conjuntura da USCS, pelo menos 26 tratam, ainda, do tema Covid-19 em diversas áreas entre: saúde, medicina, veterinária, arquitetura, comunicação esporte, direito e outras áreas do conhecimento. A carta completa pode ser acessada no site da instituição: www.uscs.edu.br
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